Na hora de comprar um carro, é comum que o vendedor ofereça algumas opções de seguro. Nesse momento, sempre bate uma dúvida: aceitar ou não aceitar? Afinal de contas, esse é um custo a mais que vai somar às despesas do carro. No entanto, a decisão mais sensata é aceitar. O seguro é importante por que ele protege o seu patrimônio.
Já pensou no tamanho do prejuízo caso o bem seja roubado? Você vai precisar honrar com as prestações do financiamento até o final, mesmo sem ter o carro em mãos. Em caso de acidentes ou falhas mecânicas, o dono tem que arcar com os reparos sozinho. Por outro lado, com o seguro, você terá mais tranquilidade para usufruir do bem sem precisar contar com a sorte.
Para ajudar você a entender melhor a importância do seguro, preparamos este artigo. A seguir, você vai ver os benefícios da contratação e conhecer as principais modalidades do mercado. Confira!
Qual é a importância do seguro na compra de carros?
Como o próprio nome sugere, essa é uma questão de segurança. Nem mesmo dentro da própria garagem de casa o carro está 100% protegido. Isso porque você pode ser vítima de assalto, alagamentos, o carro pode apresentar defeitos mecânicos etc.
No trânsito, as ameaças às quais o automóvel está exposto são ainda maiores: pane, incêndios, roubo, furto, batidas leves e até acidentes mais graves. Esses são riscos do dia a dia, e não tem como fugir deles. Contudo, existem meios para que você reduza o estresse constante causado pela possibilidade de esses imprevistos acontecerem.
O seguro oferece uma tranquilidade para o dono do carro, pois ele sabe que terá suporte caso aconteça qualquer problema com o bem, com o próprio motorista e até com terceiros. Ainda existem modalidades de seguros que protegem o financiamento. Assim, se o titular ficar impossibilitado de arcar com as parcelas do carro — por desemprego, enfermidade ou até o óbito — ele não perderá o carro.
Seguro auto X Seguro DPVAT
Todos os proprietários de carros são obrigados a pagar o DPVAT — Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres. Ele deve ser pago anualmente com o IPVA e o licenciamento do carro.
Agora, você deve se perguntar: por que contratar um seguro particular se eu já tenho a obrigação de pagar o DPVAT todos os anos? A resposta é simples: eles oferecem proteções diferentes.
O DPVAT cobre custos relativos a danos pessoais de motoristas, passageiros, pedestres e todos os envolvidos em um possível acidente, independentemente do responsável pela ocorrência.
Já os seguros particulares também protegem contra avarias no carro, além de oferecerem indenizações maiores em casos de danos corporais e até morais— dependendo da modalidade contratada. Portanto, a obrigação do DPVAT não anula a necessidade de uma proteção mais completa.
Quais são os benefícios do seguro na compra de seminovos?
Carros novos não costumam apresentar defeitos mecânicos ou elétricos com frequência. Além disso, as falhas nos componentes internos são cobertas pela garantia de fábrica.
Já os seminovos e, principalmente, os usados não têm essa proteção. É por isso que a importância do seguro é ainda maior para os carros que não são zero quilômetro. A seguir, você vai conhecer as principais vantagens de contratar um seguro para carros seminovos.
Comodidade e segurança
Mesmo com a manutenção em dia e sendo prudente no trânsito, ninguém está livre de imprevistos. Imagine se o seu carro apresentar uma falha repentina nos freios. Isso pode gerar uma série de outros acidentes, provocar estragos em outros carros e alguém pode ficar ferido nessa história. No caso de carros seminovos e usados, esse risco é real.
Falhas mecânicas ainda podem deixar você parado no meio da estrada e em horários inapropriados. Além de perigoso, é possível que você encontre dificuldades para achar mecânico, guincho ou qualquer tipo de assistência no meio da madrugada. Em situações assim, o seguro daria suporte para recolher o carro, reparar os danos e, ainda, conduzir os passageiros até o destino com segurança.
Logo, o seguro é uma proteção para o bem material, para a sua família e para todos os envolvidos em um eventual acidente. Em casos de imprevistos, você ficará despreocupado, pois a seguradora prestará todo o suporte necessário.
Economia
Pode parecer estranho falar em economia quando o assunto é contratar um serviço extra, certo? Mas é isso mesmo! Muita gente deixa o seguro de lado apenas para poupar. No entanto, essa escolha pode até parecer uma economia hoje, mas a longo prazo não é.
Já pensou em ter que desembolsar dinheiro todas as vezes que o seu carro apresentar algum defeito? Panes elétricas e problemas no motor costumam ter alto custo para reparação, e carros seminovos e usados estão sujeitos a isso.
Não é incomum que o dono do carro precise pedir empréstimo pessoal para cobrir os gastos inesperados com o bem. No fim das contas, você vai ter que pagar mais por essas despesas se comparado ao custo do seguro. Portanto, investir em um seguro é sim uma forma de economizar. Lembre-se de que esse não é um gasto, mas sim um investimento na sua segurança e na sua tranquilidade. Aí está a importância do seguro!
Quais são os termos mais usados no universo dos seguros?
Antes de explicar sobre os tipos de seguros existentes no mercado, é importante que você conheça alguns jargões utilizados nesse universo. Daqui em diante, você vai ler esses termos algumas vezes. Entenda!
Prêmio
Esse é o valor que você paga pelo seguro. Ele varia de acordo com o tipo de cobertura e o perfil de cada segurado. O preço do seguro para pessoas mais jovens costuma ser mais alto. Isso porque eles são mais inexperientes e costumam causar mais danos no carro.
Além disso, o comportamento do segurado também influi no valor do prêmio. Quem pretende contratar um seguro contra roubo porque o carro "dorme" na rua, por exemplo, vai ter que desembolsar mais pela proteção. Ou seja, quanto maior for o risco, maior será o valor do prêmio.
Sinistro
É a ocorrência prevista no contrato que vai fazer você acionar o seguro. Se o seu acordo prevê cobertura contra roubo e o seu carro for levado durante um assalto, esse será o sinistro. A mesma lógica vale para acidentes de trânsito, falhas mecânicas, incêndio acidental, entre outros. Para saber quais situações são caracterizadas como sinistro, você precisa ler até as letras miúdas do contrato.
Indenização
A indenização é o que a seguradora tem de pagar em casos de sinistros. Existem vários tipos de indenizações. No caso de acidentes com perda total, por exemplo, o segurado receberá indenização integral — de acordo com o preço do carro na tabela FIPE — para comprar outro automóvel.
Agora, quando o acidente resultar em danos parciais, você receberá apenas o valor para custear os reparos. Há ainda seguros no mercado que dão direito às indenizações de outras naturezas, como reparo de postes na rua, muros de casas, despesas médicas, conserto de outros carros envolvidos no acidente e até danos morais.
Franquia
Em alguns casos, você precisa pagar um valor — além do já pago no prêmio — para ter direito ao recebimento da indenização. Essa é a franquia. O mecanismo existe para que o segurado não seja tão irresponsável no trânsito, já que ele também precisará desembolsar dinheiro para acionar o seguro em determinadas situações.
Se você bater o carro e isso resultar em danos parciais, por exemplo, deve pagar o valor da franquia e a seguradora arcará com as demais despesas. Caso o reparo seja de valor mais baixo que o da franquia, é melhor que você conserte por sua conta.
No entanto, essas especificidades dependem da modalidade do seguro e do que está escrito no contrato. Existem algumas assistências que oferecem serviços bem simples — como a troca de um pneu furado — sem cobrar franquia por isso.
Apólice
Esse é o documento que formaliza o contrato do seguro. É por meio desse registro que você transfere os riscos e as responsabilidades previstas na cobertura para a seguradora. A apólice contém o detalhamento das regras e condições gerais do seguro. Portanto, se você tiver dúvidas se determinado sinistro é coberto pelo seu seguro, basta ler a apólice.
Agora que você já conhece os principais termos usados para falar sobre seguros, é hora de conhecer as principais modalidades do mercado. Acompanhe no tópico adiante.
Quais são os tipos de seguros existentes?
Existem desde proteções básicas apenas contra roubos e furtos, até as mais completas que cobrem imprevistos financeiros, reparação de carros de terceiros, despesas médicas, danos morais etc. E você não precisa escolher apenas um. É possível fazer várias apólices com o objetivo de contemplar diversas situações.
Nesse cenário, o importante é identificar quais são as suas necessidades na hora de escolher o serviço ideal. Conheça, a seguir, os principais tipos de seguro e quando eles são recomendados.
Seguro contra roubo e furto
O carro faz parte do seu patrimônio e, muitas vezes, você precisa abrir mão de alguns prazeres para realizar esse sonho, certo? Portanto, ver o carro desaparecer de um dia para o outro é uma perda bem dolorosa, principalmente quando você nem mesmo terminou de pagá-lo. Nesse contexto, a importância do seguro é que ele oferece proteção em casos de roubo ou furto.
O roubo — ou assalto — acontece quando o carro é tomado sob ameaças ou violência física. Já no furto, o bem é levado sem que haja nenhum contato com a vítima. Ambas as situações são desagradáveis, mas o seguro as deixam menos desesperadoras.
Se o seu carro for furtado e não for recuperado pela polícia, a seguradora pagará o valor integral para que você possa comprar outro automóvel. Quando o bem é encontrado, mas com perda total, a indenização também será de 100%.
E se roubarem apenas o som, o seguro cobrirá o prejuízo? No geral, não. Os seguros mais básicos cobrem apenas a perda total. Em casos de furtos de acessórios, o proprietário arca com prejuízo sozinho. No entanto, existe a alternativa de contratar coberturas específicas contra esses tipos de perdas. Nesses casos, a lógica da franquia é aplicada.
Seja qual for a situação, é essencial preencher corretamente o registro na hora de contratar o seguro, a fim de garantir a proteção. Se você informa que o seu carro passa o dia em um estacionamento particular, porém, na realidade, ele fica na rua, a seguradora pode se recusar a pagar a indenização em casos de furto. Isso porque esse tipo de ocorrência não estava prevista no seu perfil.
O fato é que quanto mais riscos o carro ficar exposto, mais caro será o seguro. Portanto, muita gente mente para baixar o preço de contratação. Entretanto, isso pode fazer com que o segurado perca o direito à indenização em casos de sinistros. Portanto, nunca minta para a seguradora!
Seguro contra acidentes
Além dos roubos e furtos, esse tipo de proteção garante a reparação do carro em caso de acidentes como colisões, capotamentos, explosões, incêndios, enchentes etc. Portanto, ele é mais caro em comparação ao anterior. Mas o preço é justificado, já que oferece uma proteção mais abrangente.
Se os danos no veículo forem inferiores a 75% do valor do carro, você paga a franquia e a seguradora arca com o restante dos gastos. Por outro lado, danos superiores a 75% do valor do carro são caracterizados como perda total e o segurado é indenizado em 100%, sem a necessidade de pagar a franquia.
Para quem costuma viajar com frequência, esse tipo de seguro é ainda mais importante. De acordo com Anuário Estatístico de Segurança Rodoviária, elaborado pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, entre 2010 e 2017, o Brasil registrou 2.392.205 acidentes em rodovias federais.
A consequência desse alto volume de acidentes foram 62.120 mortes. É uma média de 21 mortes por dia, quase uma por hora. É um dado alarmante, não é mesmo? Raramente os acidentes em rodovias são batidas leve. Via de regra, as colisões causam danos significativos ou até perda total do carro.
O seguro é importante, porque além da indenização referente ao dano material, ele oferece suporte nesses tipos de situação como hospedagem, transporte de volta para casa, guincho, carro reserva etc. Vale lembrar que, em caso de imprudência do motorista — como em disputa de rachas, dirigir embriagado ou sob efeito de drogas —, ele não terá direito à indenização.
Seguro contra danos a terceiros
Ter o próprio carro destruído em uma colisão é desesperador. No entanto, já pensou se você for o responsável pela perda total de outros carros? E se o acidente tiver vítimas? Além do peso na consciência, você terá a obrigação de tirar dinheiro do próprio bolso para cobrir os custos de tudo isso.
O seguro contra danos a terceiros — também conhecido como Responsabilidade Civil Facultativa (RCF) — oferece essa cobertura. E você só paga franquia se o seu próprio carro tiver avarias. Para reparar os danos a terceiros, você não desembolsa nada a mais. Em caso de sinistros, a seguradora se responsabiliza por:
- danos materiais: além do seu carro, o seguro também cobre os reparos de outros carros envolvidos no acidente, inclusive indenização por perda total. A mesma lógica é aplicada para conserto de muros, postes etc.;
- danos corporais: se o acidente fizer vítimas, o seguro cobre despesas hospitalares e até indenizações em caso de invalidez permanente ou óbito das pessoas envolvidas;
- danos morais: na hipótese de o segurado enfrentar um processo civil e penal por causa do acidente, a seguradora arca com custos advocatícios e indenizações decorrentes de sentença judicial.
O valor máximo das indenizações depende do que foi definido no contrato. Mesmo assim, essa é uma tranquilidade a mais, pois você saberá que todos os envolvidos terão proteção em caso de acidentes.
No entanto, da mesma forma que o seguro contra acidentes não cobre sinistros causados por imprudência — como já citado no tópico anterior —, o RCF também não. Batidas intencionais, acidentes causados por excesso de velocidade, trafegar pela contramão, ultrapassar sinal vermelho, dirigir bêbado ou sob efeito de substâncias ilícitas não dão direito às indenizações.
Seguro contra Acidentes Pessoais de Passageiros (APP)
Para ser motorista de aplicativo, esse seguro é obrigatório. Isso porque ele protege todos os ocupantes do carro segurado. Há indenização para despesas médico-hospitalares, invalidez parcial, total e até morte. No entanto, é muito comum surgir uma confusão entre DPVAT, APP e RCF. Mas é bom deixar claro que não são a mesma coisa.
Enquanto o DPVAT oferece segurança a todos os envolvidos no acidente — independentemente de quem seja o responsável —, o APP protege apenas os passageiros do carro segurado caso a culpa seja do motorista. À primeira vista, pode até parecer que o APP não vale a pena. O fato é que os limites de indenização do DPVAT são baixos, e o seguro contra acidentes pessoais de passageiros pode complementar esses valores.
No caso de morte, por exemplo, a indenização do DPVAT é de, no máximo, R$ 13.500,00. A indenização do APP pode ultrapassar R$ 50.000,00 — tudo depende dos valores que foram definidos em contrato. Já o RCF não indeniza os ocupantes do carro segurado, mas sim os terceiros.
Seguro de garantia mecânica
Esse é uma das coberturas mais importantes para quem tem carro seminovo. Afinal, cedo ou tarde o automóvel vai apresentar algum defeito mecânico, e pagar o conserto com dinheiro do próprio bolso vai sair caro.
O seguro de garantia mecânica se responsabiliza por reparos para que o carro fique em perfeitas condições de uso — até o limite máximo de indenização previsto em contrato. Partes elétricas e mecânicas estão cobertas como:
- motor;
- sistema de direção;
- sistema elétrico;
- sistema de arrefecimento;
- sistema de injeção de combustível;
- freios;
- ar condicionado, entre outros.
Geralmente, esse tipo de seguro oferece assistência 24 horas de socorro mecânico, guincho, auxílio na troca de pneus, chaveiros, envio de combustível, táxi, entre outros. No entanto, a apólice não cobre avarias causadas por acidentes, defeitos preexistentes, nem se responsabiliza pelos reparos necessários por falta de manutenção regular.
Para ter direito à cobertura, você precisa comprovar que todas as revisões e manutenções do carro estão em dia. Além disso, antes de ser segurado, o carro precisa ser aprovado pela inspeção obrigatória e, mesmo assim, ainda passa por uma vistoria minuciosa a fim de avaliar o estado de conservação dele.
E mais: no geral, as seguradoras aceitam carros com, no máximo, dez anos de fabricação. Se o seu for mais velho que isso, é sinal de que está na hora de trocar de carro.
Seguro do financiamento
O financiamento facilita a compra do carro. Com ele, você paga o bem em suaves prestações e o valor não pesa tanto no orçamento familiar. De acordo com a Associação das Empresas Financeiras e Montadoras (Anef), essa é a modalidade de pagamento mais utilizada pelos brasileiros. Em 2018, 52% dos compradores fecharam o negócio por meio do financiamento. Portanto, é um compromisso financeiro de longo prazo.
Agora, já imaginou o que aconteceria caso você perdesse o emprego e não conseguisse pagar as parcelas? Perderia o carro? E se você ficasse incapacitado ou falecesse? A família ficaria sem o patrimônio? O seguro do financiamento oferece proteção para situações assim.
Também conhecido como seguro prestamista, essa modalidade protege o financiamento caso o dono do carro não tenha condições de arcar com as prestações — desde que as situações estejam previstas em contrato. Geralmente, a cobertura abrange:
- desemprego involuntário: a seguradora paga até três parcelas do financiamento;
- invalidez temporária: o pagamento também é de até três prestações;
- invalidez permanente: a seguradora quita o financiamento e o titular continua com o carro;
- morte: a seguradora também quita o financiamento e a família pode ficar com o bem.
Em todos os casos, existem limites para as indenizações. Mesmo assim, é uma segurança de que você não vai perder o carro caso haja algum imprevisto financeiro.
A importância do seguro do carro está na tranquilidade e proteção que ele proporciona. Com isso, você não terá preocupações com o financiamento, nem com gastos inesperados para consertos do seu próprio bem e de terceiros. Afinal de contas, imprevistos acontecem e não dá para contar com a sorte o tempo todo.
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