Em épocas onde há um aumento de consumo através de compras pela internet, é comum ver que as tentativas de aplicar golpes virtuais nos consumidores também crescem.
Em época de Black Friday, isso não é diferente. Na mesma proporção em que cresce o número de empresas participantes e de consumidores buscando descontos, há relatos que variam desde falsas promoções até o roubo de dados em compras na internet.
O site Convergência Digital analisou um aumento de 131,54% no número de tentativas de fraudes em 2021. Por isso, é importante se proteger. Neste texto, vamos mostrar como funcionam os principais golpes virtuais e como evitá-los!
O que são golpes virtuais?
Um golpe virtual é uma armadilha que leva os criminosos a ganharem algo, como bens, dados sensíveis ou dinheiro. Eles criam ambientes e condições em canais na internet que atraem a sua atenção para cair na trama, como clicar em links que levam a um site falso, baixar um programa que irá roubar suas informações, etc.
De forma geral, os golpes virtuais têm o objetivo de:
- Roubar dados para serem vendidos e outras pessoas aplicarem golpes;
- Capturar informações pessoais, como senhas de computador, e-mail e celular para pedir dinheiro através de chantagens (como apagar seus arquivos ou expor você na internet);
- Usar as informações do consumidor para fazer compras de bens, transferir dinheiro ou fazer empréstimo.
Durante o calendário comercial e em datas comemorativas, como Dia das Mães, Black Friday e Natal, a oferta de produtos muito desejados a preços baixos despertam o desejo de garantir a compra imediata. Com medo de perder o desconto, o consumidor pode deixar de perceber alguns detalhes que o levam a cair golpes virtuais.
Quais são os golpes virtuais mais comuns?
Os criminosos aproveitam situações em que você precisa pensar rápido para aplicar as armadilhas. A seguir, confira quais são os principais golpes virtuais:
Anúncio que leva para site falso
Você já viu anúncios de produtos com preços muito mais baixos do que as promoções anunciadas pela concorrência? A vontade de comprar pode ser grande, mas é sinal de golpe.
Empresas fraudulentas usam anúncios chamativos em sites e em buscadores, aplicativos e redes sociais e usam tom de urgência como “últimas unidades” para fisgar a vítima. Essa prática pode levar a sites falsos que têm aparência praticamente igual ao de lojas conhecidas.
Por outro lado, pode acontecer de você não conhecer a empresa, mas ela aparentar ter credibilidade, inclusive com avaliações falsas de clientes dentro da página. De qualquer forma, um preço muito menor do que a concorrência, mesmo em época de Black Friday, pode ser a tentativa de aplicar golpes virtuais.
Pesquise o nome do site no Google, em redes sociais e no Reclame Aqui. Veja se a empresa realmente existe e há quanto tempo a marca atua com vendas online.
Mensagem com link suspeito
Este tipo de golpe também é conhecido como phishing. Ele deriva da palavra “pesca” no inglês (fishing) por criar uma isca atrativa para fisgar o consumidor.
São enviados e-mails, mensagens por Whatsapp e redes sociais com informações como:
- Descontos imperdíveis;
- Entrega de brindes
- Compras instantâneas para garantir o produto, geralmente por Pix;
- Aviso de imposto ou licença que não foi paga;
- Alerta de transações bancárias ou compras em sites de e-commerce que você nunca fez, mas na verdade são avisos falsos;
- O golpista informa ter dados e fotos pessoais e ameaça divulgar ou deletar se não pagar uma quantia.
Outra modalidade semelhante ao pishing é o smishing, que é o envio de SMS para o seu celular fingindo ser de um banco ou loja. Esse golpe costuma baixar um programa automático no celular para roubar dados ou levar a uma página e pedir informações pessoais.
Central de atendimento falsa
Pessoas bem treinadas entram em contato para “alertar” que o cartão de crédito foi clonado ou que houve uma transação suspeita na conta bancária. Os atendentes se mostram bem prestativos e podem até ter informações suas para tentar passar credibilidade.
Eles podem pedir senhas, que você abra o aplicativo do banco, clique em links por SMS e até faça chamada de vídeo para confirmar que é você que está falando.
Na verdade, os golpistas usam a sua imagem para conseguirem entrar em outros aplicativos ou fazer operações usando as suas informações. Portanto, nunca passe sua senha para ninguém e não aceite chamadas de vídeo de uma pessoa desconhecida.
Pagamento falso
Essa é a parte que dói no bolso, porque você só descobre o golpe depois que o dinheiro já saiu da conta. Algumas modalidades de golpes virtuais na Black Friday que envolvem pagamentos falsos são:
Pagamento por Pix: empresas informam que só recebem por Pix e pressionam que o estoque vai acabar. Para garantir a compra, você faz a transação via Pix, mas nunca recebe o produto porque é uma empresa falsa.
QR Code falso: empresas que fingem ser uma grande loja podem passar o link do QR Code com dados diferentes. Na pressa, você pode pagar sem perceber que o CNPJ e até o nome do estabelecimento são diferentes.
Boleto falso: funciona da mesma forma que o QR Code falso. O boleto falso pode ser enviado por e-mail, Whatsapp ou gerados através de sites clonados.
Como evitar golpes virtuais na Black Friday?
Afinal, como não cair em golpes na internet? A melhor forma de evitar as fraudes é saber como identificá-las e tomar cuidado na hora da compra.
Por isso, trouxemos 10 dicas para evitar golpes virtuais:
1. Ative a confirmação em duas etapas do Whatsapp, Telegram e de suas redes sociais;
2. Evite clicar em links que chegam via e-mail, Whatsapp, Telegram e SMS de pessoas desconhecidas. Sempre cheque com seu banco os canais oficiais se a mensagem é verdadeira;
3. Use cartões virtuais temporários ao invés de preencher os dados de pagamento com seu cartão de crédito físico. O cartão virtual pode ser excluído após a compra, evitando que seus dados fiquem armazenados no site;
4. Estranhe canais que só aceitam pagamento via boleto ou Pix;
5. Na hora de fazer um Pix ou pagar com QR Code, verifique o destinatário e se todos os dados batem com os da loja oficial;
6. A mesma dica vale para boletos. Sempre verifique todas as outras informações antes de realizar qualquer pagamento;
7. Por mais atrativo que pareça, desconfie de preços muito abaixo do valor médio do produto;
8. Confira o endereço correto do site, se está com alguma letra trocada para fingir ser o de uma empresa conhecida. Verifique o desenho do cadeado e se tem o “https” na URL do site, que é uma camada de segurança;
9. Tire print do produto que está comprando, dos detalhes da transação e guarde isso como prova;
10. O Procon de São Paulo tem uma página com sites que foram notificados como falsos e que ainda continuam funcionando.
Caí em um golpe virtual, e agora?
Assim que perceber que foi vítima de um golpe, você deve registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil do seu estado, no departamento de crimes virtuais.
O registro servirá para que a sociedade tome consciência da dimensão desse tipo de golpe e para alertar empresas, entidades e governos a tomarem outras medidas de segurança. Tenha uma cópia do boleto, da página onde comprou, horário etc.
Entre em contato com o seu banco ou a operadora de cartão de crédito para tentar desfazer a compra o quanto antes. Em algumas situações, é possível cancelar a operação.
Em outros casos, no entanto, você não consegue o reembolso, principalmente se clicou em links suspeitos e comprou de lojas falsas. A clonagem de cartão de crédito pode ser mais fácil de conseguir o reembolso, mas, mesmo assim, o caso passa por análise.
Agora que você já sabe como evitar golpes virtuais, se prepare para aproveitar a sua Black Friday com segurança. Quer aprender mais? Confira outras dicas de segurança em nosso blog!