O deepfake é uma técnica que utiliza recursos de inteligência artificial para substituir rostos em vídeos e imagens de alta qualidade e extremamente convincentes e que está enganando muitas pessoas ao redor do mundo — e se tornando um problema cada vez mais sério.
O termo é uma junção de deep learning (aprendizado de máquinas) e fake (falso) com emprego da IA (Inteligência Artificial) para criar falsas situações, imagens.
Segundo uma pesquisa divulgada pelo DataSenado, os golpes digitais já atingem 24% da população brasileira. A tendência é que esse número aumente com o avanço do uso dessas tecnologias.
Portanto, você deve aprender não apenas o que é deepfake, mas também os tipos de conteúdos que podem ser criados e como identificá-los. Venha conosco para descobrir isso e muito mais. Boa leitura!
Principais tipos de deepfake
Os deepfakes podem se manifestar de diversas formas. Conhecer os diferentes tipos é fundamental para entender seus usos e riscos. Veja abaixo os principais:
Deepfake de voz
Os deepvoices utilizam a captura e replicação das sutilezas vocais de uma pessoa para criar áudios que imitam perfeitamente sua voz ou de alguém conhecido. Como resultado, as gravações ficam tão convincentes que parecem ter sido feitas pela própria pessoa.
Inclusive, esses conteúdos conseguem enganar até mesmo familiares, que vivem diariamente com aquela pessoa. Isso é possível, pois a tecnologia consegue replicar as variações de tom, ritmo e inflexões — tornando os áudios ainda mais difíceis de identificar como falsos.
Deepfake nas redes sociais
As redes sociais foram bastante usadas para propagar informações falsas (fake news) nos últimos anos e, atualmente, é o canal principal para espalhar as deepfakes — que podem se tornar virais em apenas alguns segundos.
É muito comum você ver nas redes sociais:
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Perfis falsos que se passam por pessoas reais, facilitando a divulgação das fake news e cometendo manipulações de identidade;
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Empresas fictícias, convencendo usuários a comprar produtos que nunca vão ser entregues.
Deepfake “ao vivo”
A tecnologia avançou tanto que não é mais necessário horas de edição para um deepfake ser disseminado na internet: isso pode ser feito em tempo real!
Nesses golpes, a tecnologia consegue alterar rostos e vozes durante transmissões ao vivo, enganando o público e colocando em risco a veracidade daquele conteúdo — sem que os espectadores suspeitem.
Quais são os riscos dessa técnica?
Agora que você já sabe o que é deepfake, deve ter percebido o quanto essa tecnologia coloca em risco a segurança dos nossos dados e até mesmo das informações disseminadas na internet.
Vamos entende melhor esses riscos abaixo:
Propagação de fake news
A propagação de fake news nas redes sociais sempre foi um problema e, com as deepfakes, isso tende a se tornar ainda mais grave. Afinal, os usuários podem acreditar que aqueles conteúdos são reais e começar a compartilhá-los.
Em pouco tempo, aquela informação se tornará popular, gerando desinformação entre as pessoas. Portanto, antes de compartilhar qualquer post ou link, verifique se é falso!
Danos à reputação
Dependendo do conteúdo criado, as deepfakes também podem prejudicar a reputação de uma pessoa ou de uma empresa. Além de sérios prejuízos financeiros, o cancelamento em massa movido pelos usuários da internet também pode afetar o estado mental de uma pessoa, gerando danos irreparáveis.
Possibilidade de fraudes financeiras
Os conteúdos deepfake estão sendo cada vez mais usados em fraudes financeiras, nas quais os criminosos se passam por uma pessoa de confiança para convencer a vítima a tomar decisões financeiras.
Por exemplo, você pode receber uma ligação do seu filho desesperado pedindo que envie um PIX para uma pessoa, dizendo estar em uma situação de risco. No momento da emoção, as chances de cair nesse golpe são bem grandes!
Como identificar deepfake?
Devido ao crescente uso dessa tecnologia para fraudes financeiras e a propagação de informações falsas, torna-se essencial saber como identificar deepfakes.
Afinal, estar atento e informado sobre como detectar essas manipulações pode ajudar a reduzir os riscos aos quais você está exposto.
Então confira abaixo algumas dicas que vão te ajudar a fazer esse filtro — conforme o Guia ilustrado contra as deepfakes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Examine expressões faciais e sincronização dos lábios
Analise cuidadosamente os detalhes do vídeo, estando atento à sincronia entre o movimento dos lábios e a fala, verificando se estão alinhadas naturalmente. Além disso, observe as expressões faciais: elas acompanham as emoções transmitidas pelo áudio ou parecem desconectadas?
Esse cuidado pode ajudar a identificar conteúdos manipulados e te proteger contra informações falsas — ou até mesmo golpes!
Analise a qualidade das imagens
Nem todos os deepfakes possuem uma produção impecável. Muitas vezes, a resolução do vídeo, imagem ou áudio é reduzida de propósito para esconder sinais que poderiam revelar a manipulação. Inclusive, evitando que você perceba a dessincronização dos lábios, erros em expressões faciais e distorções visuais.
Atente-se à entonação e ao vocabulário
Não se limite a ouvir apenas o som da voz. Observe como as palavras são pronunciadas e se correspondem ao padrão habitual da pessoa. Analisa também características vocais como:
- Sotaque;
- Uso de expressões e palavras;
- Entonação ao falar.
Questione-se e analise contextualmente
Além de prestar atenção nos detalhes acima, ao assistir um conteúdo suspeito, questione-se:
- A situação parece exagerada ou até absurda?
- A veracidade do conteúdo foi confirmada por alguma agência de checagem de fatos ou por um veículo de comunicação confiável?
Se o conteúdo estiver usando a imagem de uma personalidade famosa ou de autoridade, procure na internet outros canais que estejam comentando sobre. Com uma simples busca no Google você consegue encontrar uma notícia informando que aquele vídeo, áudio ou imagem se trata de deepfake.
Outra dica importante para evitar fraudes financeiras entre sua família é: crie um código de segurança entre vocês. Ou seja, antes de fazer o PIX para sua filha que está desesperada precisando do dinheiro, pergunte qual o código de segurança..
É importante que essa informação seja sigilosa, personalizada e, de preferência, esteja sempre sendo mudada.
Quer saber mais dicas de como se prevenir de fraudes financeiras e não cair em golpes? Acompanhe os conteúdos da BV Inspira e fique ligado!