Todo empreendedor nacional precisa saber o que é IPCA se quiser posicionar a sua empresa do jeito certo no mercado. Afinal, o consumo das famílias é um dos principais motores de crescimento para as empresas. Portanto, dá para dizer que a inflação é um dos inimigos mais significativos para os negócios, já que reduz o poder de compra das pessoas.
Atualmente, o IPCA vem dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional e, portanto, não há muito com o que se preocupar no momento. No entanto, é essencial entender como esse indicador funciona para organizar melhor a sua estratégia.
Quer saber de vez o que é IPCA, como ele funciona e qual o impacto que ele pode ter em seus negócios? Então siga a leitura abaixo que vamos explicar tudo isso (e um pouco mais)!
O que é IPCA?
O IPCA é um índice financeiro criado para medir a inflação no Brasil. Seu nome completo é Índice de Preços para o Consumidor Amplo, e ele ajuda a identificar qual foi a variação de preços no comércio. Dessa forma, é o indicador mais confiável que temos para ler a inflação no país.
Nós dizemos que ele é o “indicador mais confiável” porque também existem outros, alguns com metodologias diferentes (como o IGP-M ou o INPC). No entanto, como eles são feitos com outros cálculos, o resultado pode ser diferente e levar a outras conclusões.
Por exemplo, o IPCA é mais importante para considerar a possibilidade de a população conseguir comprar carro ou casa. Afinal, se a inflação está muito alta, pode não sobrar dinheiro para pagar as parcelas de um financiamento.
Como índice de IPCA funciona?
Saber o que é IPCA é apenas uma parte do processo de compreender o impacto dele no seu comércio. É necessário entender como o índice funciona e de que modo acompanhá-lo diariamente.
O IPCA é calculado pelo IBGE com base em uma pesquisa feita pelo Instituto todos os meses. Ele serve, portanto, para refletir a inflação que aconteceu no mês anterior. Não é um guia para ajustar os preços para o mês seguinte, por exemplo.
Como o IPCA é calculado?
O IPCA é calculado pelo IBGE todos os meses por meio de uma pesquisa de preços feita em vários pontos. Do dia 1º ao dia 30 (ou 31) de cada mês, o IBGE envia profissionais para coletar os preços de determinados produtos e serviços em estabelecimentos comerciais, em casas, com prestadores de serviços ou com concessionárias de serviços públicos.
No total, o IBGE coleta o preço de 465 produtos diferentes, desde serviços até alugueis, passando pela cesta básica e muito mais. No entanto, os itens não têm peso igual na fórmula do IPCA. Na verdade, existe uma divisão de peso específica, criada para tentar refletir o estilo de vida das pessoas com renda mensal entre 1 e 40 salários-mínimos. A divisão é a seguinte (por ordem de importância):
- alimentação e bebidas (25,21%);
- transportes e comunicação (18,77%);
- despesas pessoais (15,68%);
- vestuário (12,49%);
- habitação (10,91%);
- saúde (8,85%);
- artigos de residência (8,09%).
Além disso, o levantamento de preços do IBGE é feito em regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Vitória, Campo Grande, Fortaleza, Recife, Goiânia, Belém e Brasília. Elas também têm pesos diferentes de acordo com sua população ou participação na economia. Veja abaixo:
- São Paulo (30,67%);
- Rio de Janeiro (12,06%);
- Belo Horizonte (10,86%);
- Porto Alegre (8,40%);
- Curitiba (7,79%);
- Salvador (7,35%);
- Recife (5,05%);
- Belém (4,65%);
- Goiânia (3,59%);
- Fortaleza (3,49%);
- Brasília (2,80%);
- Vitória (1,78%);
- Campo Grande (1,51%).
Depois de comparar os dados, o IBGE divulga em seu site oficial os dados do IPCA. O índice é atualizado todos os meses e, a partir daí, é usado em vários processos oficiais do sistema financeiro nacional.
Como o IPCA vem afetando a economia ultimamente?
Agora que você já viu o que é IPCA, deve estar pensando que, na prática, o índice não tem tanto impacto na economia. Claro, ele reflete a inflação, mas efetivamente não afeta nada. No entanto, essa não é uma percepção correta.
Isso porque o Banco Central usa a Selic para controlar a inflação. Afinal, o crescimento na taxa de juros faz com que financiar um carro ou casa, além de comprar qualquer coisa parcelada, fique mais caro. Portanto, há uma redução de consumo, o que leva a uma queda na inflação mais adiante.
Assim, o IPCA tem o poder de modificar a taxa Selic, o que encarece o consumo em alguns momentos e pode ter um impacto em várias empresas. Por exemplo, uma concessionária de automóveis venderia menos justamente por ficar mais caro adquirir um carro com a taxa de juros mais alta. Isso poderia levar ao desemprego e até mesmo à quebra de algumas empresas.
O que faz os preços e o IPCA subirem?
Existem diversos fatores que fazem com que o IPCA suba. No geral, quem dita os preços no mercado é a relação entre a oferta e a demanda por certos produtos. Portanto, quando essa relação pende para o lado da demanda (ou seja, quando há mais pessoas querendo comprar do que produtos no mercado), então os preços sobem.
Um exemplo disso aconteceu recentemente com o arroz. Como se tornou mais vantajoso para os agricultores vender o grão para o exterior, houve uma queda na oferta dele no mercado nacional. Como a demanda permaneceu, a relação entrou em desequilíbrio e aumentou o preço do arroz.
Outros fatores que podem fazer a inflação subir incluem, por exemplo, o resultado de safras na agricultura nacional, seja por causa do clima, seja por outra razão. Se colhemos menos, então há um desequilíbrio nessa relação.
Por fim, é importante mencionar o peso do dólar na inflação. O Brasil não é autossuficiente em vários produtos necessários em sua economia. Portanto, precisamos importar esses itens. Dessa forma, se a cotação do dólar sobe, o custo desses produtos aumenta e, portanto, há inflação.
Pronto! Agora você já sabe o que é IPCA e de que forma esse índice afeta a economia e, principalmente, como pode ter um impacto significativo nos seus negócios. Portanto, é importante saber como o índice funciona e como se preparar para as suas oscilações.
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