Quando vamos comprar um automóvel, normalmente pensamos na potência do motor, no consumo do combustível ou na lista de itens de série que ele tem. No entanto, é importante também pensar bastante nas cores de carros. Afinal, elas têm ligação direta com a valorização ou desvalorização do automóvel em longo prazo.
Quem trabalha em uma concessionária de usados e seminovos precisa estar de olho na cor de veículos disponíveis no seu catálogo. Isso porque alguns tons são muito procurados pelos consumidores. Já outros, não são nada populares. Assim, ter um carro na cor "errada" pode significar uma dificuldade enorme para vendê-lo e, por consequência, uma queda no preço.
Quer saber como as cores de carros têm ligação com a desvalorização dos automóveis? Então siga a leitura do artigo para aprender a usar esse elemento a seu favor!
Por que há influência de preço relacionado com a cor de veículos?
Precificar um carro usado ou seminovo é um desafio. Quem trabalha com isso, com certeza, já enfrentou dificuldades para chegar ao valor perfeito para aquele automóvel.
Isso acontece porque são muitos fatores a considerar na hora do cálculo. Ainda que os consumidores acreditem que basta olhar a Tabela FIPE para determinar o preço de um usado ou seminovo, quem está inserido no mercado sabe que as coisas não funcionam assim.
Um dos fatores que afetam o preço de um automóvel que já teve dono é a sua cor. Mas por que isso acontece? O correto não deveria ser o preço do carro ser determinado pelo seu estado de conservação e capacidade? Na verdade, esses elementos também influenciam o preço. No entanto, quem realmente determina o valor de venda de qualquer produto no mercado é a relação entre oferta e demanda.
A Lei da Oferta e Demanda é a maneira mais eficiente que um mercado encontra para determinar o preço de um produto. Basicamente, quanto mais a relação entre a oferta de algo (no nosso caso, um carro) for menor que a demanda (pessoas querendo comprar), mais caro será esse produto.
E o que isso tem a ver com as cores de carros exatamente? Essa é fácil de responder: algumas cores são muito mais buscadas do que outras. Não só devido à beleza estética, mas sim porque elas contam com facilidades ou vantagens específicas.
Apenas para dar um exemplo, a diferença de temperatura interna entre um carro preto e outro branco pode chegar a incríveis 9º Celsius. Exatamente: o mesmo modelo, na mesma posição, sob o mesmo Sol, pode ser 9º mais quente no seu interior só por ser de uma cor que acumula mais calor.
Esse, claro, é apenas um exemplo do impacto das cores de carros. É importante entender essa lógica para lidar bem com clientes que querem comprar carros usados.
Quais são as cores de carros mais comerciais?
Agora que já entendemos qual é a ligação da cor de veículos e o preço deles, é hora de compreender quais são as cores de carros mais comerciais e aquelas que são as mais valorizadas no mercado.
A PPG, uma das maiores fornecedoras de tintas do mundo, faz um levantamento anual com as cores de carros mais usadas no mundo todo. Na última edição da pesquisa, ficou claro que duas cores dominam o mercado aqui no Brasil e na América do Sul, com alguns outros tons se destacando um pouco menos.
O levantamento da PPG mostrou que 38% de todos os carros vendidos na América do Sul são brancos. A cor prata vem logo atrás, com 31% de todas as vendas na região. Ou seja: quase 7 em cada 10 automóveis comercializados na América do Sul são branco ou prata. É bem possível que a explicação para esse sucesso tenha a ver com a relação das cores com a luz do Sol e o calor absorvido pelo carro.
Atrás das duas cores principais vem o preto (10%) e o cinza (9%), apresentando uma segunda tendência: a de tons neutros. Afinal, veja as 4 cores de carros mais populares do continente: branco, prata, preto e cinza. Todos tons neutros. Isso ajuda a aumentar o valor de venda dos carros, pois torna-os mais impessoais. Não há muito risco de aquela cor ser um problema para um potencial interessado em comprar o automóvel.
Por fim, no levantamento da PPG, a quinta cor mais comprada na América do Sul é o vermelho, com 8% dos carros do mercado. É o primeiro tom forte, que realmente quebra a tendência de neutros.
Como os estados brasileiros se relacionam com as cores dos veículos?
Um detalhe interessante que vale a pena mencionar é que a preferência por certas cores é também cultural. Isso significa que diferentes culturas reagirão de forma distinta e terão cores favoritas.
Por exemplo, um levantamento da KBB Brasil mostrou que há diferenças significativas na preferência por cores de carros nas diferentes regiões do país. No Nordeste, que costuma ter um Sol muito intenso, a cor preta desvaloriza um carro em 1,4%. Outro exemplo é o fato de a região Norte não gostar muito de carros azuis. Enquanto no resto do país essa cor gera uma desvalorização de 0,9% do automóvel, na região a desvalorização de um automóvel azul é de 2,4%.
Além do calor, outro aspecto cultural que causa diferença nos preços dos usados e seminovos é o uso de certas cores para determinados fins. Por exemplo, no Rio de Janeiro, os táxis são tradicionalmente amarelos. Isso faz com que carros dessa cor se desvalorizem em 2,1% quando revendidos por lá.
Os tipos de pintura também influenciam a valorização do veículo?
Uma pergunta comum sobre o impacto da cor de veículos é se o tipo de pintura afeta a sua valorização ou desvalorização. Ou seja: será que ter uma pintura metálica, sólida ou perolizada faz com que o automóvel tenha um preço maior ou menor na hora de ser revendido? De acordo com o levantamento da KBB, não.
O estudo mostrou que o tipo de pintura não causa uma alta desvalorização e, tampouco, uma valorização que valha mencionar. Portanto, ainda que as montadoras afirmem ser um opcional que pode aumentar o valor do automóvel, o levantamento não comprovou isso.
Agora que você já sabe como as cores de carros podem afetar seu preço no futuro, já tem mais informações para tomar a decisão certa na hora de escolher os automóveis para negociar no futuro. Lembre-se de que tons neutros são os mais comerciais e considere as diferenças contextuais de cada estado ou região.
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