O painel solar bifacial é uma tecnologia que eleva a eficiência e o desempenho dos sistemas de energia solar. Isso porque o equipamento conta com características que absorvem ainda mais a radiação da luz solar.
Esse tipo de painel apresenta células fotovoltaicas com dupla face, sendo capaz de oferecer uma potência maior de geração. Ele pode ser instalado em toldos, varandas, cercas, paredes, fachadas, entre outras estruturas.
Acompanhe a seguir e entenda quais são as principais aplicabilidades do painel solar bifacial!
O que é um painel solar fotovoltaico bifacial?
Similar às placas solares tradicionais, o painel solar bifacial conta com duas faces de células fotovoltaicas que permitem uma maior absorção da energia radiante. Isso é possível porque os raios que incidem diretamente sobre o material e abaixo de sua superfície são totalmente aproveitados pelo equipamento.
Diante de seu poder de reflexão, o painel bifacial aumenta a área útil de exposição, gerando 30% mais energia, como aponta o Portal Solar. As células, feitas de silício, são revestidas por camadas de filme encapsulante (EVA) e vidro especial em ambas as extremidades. Por isso, não há a necessidade de as placas estarem apontadas para o sol.
Assim, é possível instalá-las em um plano inclinado, na vertical e em vários ângulos. Isso permite a maximização da performance por metro quadrado, o que aumenta a economia e reduz os custos. Mesmo em dias nublados, é possível gerar mais energia do que em painéis convencionais.
Um dos benefícios é em relação à manutenção de placas, que é mínima, tornando o gasto com o sistema de energia solar praticamente nulo. Atualmente, com a queda do preço, o uso de painéis solares bifaciais já está sendo aplicado em diversos ambientes, tornando o custo-benefício bastante atrativo e vantajoso para os consumidores.
Como esse tipo de painel surgiu?
A placa solar bifacial não é uma tecnologia tão recente como se pode imaginar. O primeiro painel bifacial foi criado e divulgado em 1954, mas apenas nos últimos anos é que o conceito ganhou a atenção do mercado de energia solar.
As placas convencionais encontradas em maior escala não geram energia nos dois lados, apenas em um. Isso porque, durante muito tempo, a tecnologia utilizada para produzir as células fotovoltaicas era a Aluminum back-surface field (AI-BSF). Assim, a superfície era produzida em alumínio, que consiste em um componente que dificulta a passagem de luz solar.
Com a evolução tecnológica, as empresas começaram a desenvolver soluções viáveis para comercializar em massa as placas bifaciais. A Panasonic, por exemplo, foi uma das primeiras a lançar esse tipo de painel no mercado em grande escala. No Brasil, apenas a partir de 2016 que as placas bifaciais começaram a aparecer e serem mais difundidas.
A grande vantagem é que a maioria dos componentes presentes na placa bifacial solar, como o silício, é transparente em sua composição natural. No entanto, até hoje ainda há diversos desafios em relação à produção de modelos aplicáveis e eficientes.
Quais são as tecnologias aplicadas nos painéis bifaciais?
Existem três tecnologias principais que são mais utilizadas para a produção de células bifaciais — a p-PERC, a n-PERT e a HJT.. A estrutura das placas é composta basicamente por vidro, sendo que uma pequena parcela é vidro na frente e na parte traseira, com outro tipo de película transparente.
Inicialmente, as placas bifaciais surgiram com foco em aplicações BIPV (Building Integrated Photovoltaic), que incorporam o painel solar na construção. Hoje em dia, os módulos bifaciais estão começando a se tornar mais viáveis para diversas aplicações.
As diferentes tecnologias dos painéis bifaciais solares melhoram a tolerância ao sombreamento e reduzem a temperatura de trabalho dos módulos, gerando mais energia e diminuindo a perda de potência efetiva. A combinação de elementos das células bifaciais ainda melhora sensivelmente a eficiência, podendo ser instalada em solos, lajes e garagens.
Devido ao avanço tecnológico, atualmente é possível encontrar modelos de placas que funcionam bem em ambientes de pouca iluminação e em períodos chuvosos e nublados. A potência do módulo aumenta justamente pela condição reflexiva das placas bifaciais.
Quais são as aplicabilidades desse tipo de painel?
Os módulos bifaciais são aplicados em diferentes ambientes e locais, e estão ganhando ainda mais espaço com instalações em solo, especialmente em usinas de geração distribuída. Ao contrário das instalações em telhados, o solo reflete a luz captada pela parte traseira do painel bifacial.
Outra aplicação bastante comum ocorre em situações em que a maioria da energia solar é a luz difusa, ou seja, aquela que bate em algum ponto e volta. Assim, as placas bifaciais acabam sendo mais adequadas em estruturas fixas ou com rastreadores.
A tecnologia pode aumentar a geração de energia em até 30%, quando comparada com outras soluções convencionais. O aumento da eficiência e a redução da temperatura das células é possível graças à menor absorção infravermelha pela ausência da camada metálica.
A partir do momento de instalação do sistema com placas bifaciais, todos os componentes precisam ser adaptados para reduzir o bloqueio da incidência de luz. Com isso, o projeto de energia solar deve ser elaborado considerando a estrutura e a diminuição da influência negativa da irradiação.
Como a tecnologia impacta o desempenho do painel?
As placas bifaciais solares já têm sido priorizadas na construção de parques fotovoltaicos, auxiliando na redução do preço da energia gerada e na consolidação da tecnologia para a expansão do setor energético.
Nos últimos anos, com o aumento do interesse pela tecnologia capaz de produzir energia tanto pelo lado frontal quanto pelo traseiro, houve um aumento da procura por esse tipo de solução. A camada situada na parte superior capta a irradiação de forma direta, enquanto a camada inferior capta a irradiação difusa refletida sobre a superfície do módulo.
A tecnologia empregada em painéis bifaciais pode duplicar a produção de energia solar, a depender das condições de inclinação, altura de instalação e superfície de reflexo. Essas condições têm grande influência no aumento do rendimento final do painel fotovoltaico.
Para aproveitar ao máximo o desempenho do painel solar bifacial, é muito importante elaborar um projeto adequado às suas necessidades e escolher um tipo de inversor solar que permita otimizar a potência. Nesse sentido, é essencial contar com empresas especializadas no assunto, que auxiliam na escolha dos equipamentos de acordo com cada contexto e realidade.
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