Reserva de emergência corresponde a uma quantia guardada para ser usada com imprevistos, como desemprego, doença ou manutenção emergencial do carro, por exemplo. É um dinheiro capaz de garantir sua estabilidade financeira por um determinado período caso lide com dificuldades que o impeçam de obter renda de forma ativa.
Certamente, uma das coisas que mais inquietam as pessoas são os boletos que chegam todo mês, e não sustentar uma casa ou manter o mínimo viável para uma vida de qualidade compromete o emocional de qualquer pessoa.
Para passar por situações imprevistas e urgentes com tranquilidade, especialistas recomendam que o fundo emergencial seja equivalente a 6 a 12 vezes o custo mensal da pessoa. Pensando nisso, separamos as melhores dicas para você montar sua reserva de emergência da melhor forma possível. Confira!
Monte um planejamento financeiro
Para saber o valor ideal para emergências, considere alguns fatores relevantes, como:
- custo de vida: média de gasto mensal ou a quantia ideal para viver o seu estilo de vida atual;
- fontes de renda: quanto mais rendas você tiver, menor o risco de ficar sem ganhos;
- grau de empregabilidade: o nível de segurança do seu emprego vai ditar o tamanho ideal da sua reserva.
Dessa forma, você prevê quanto tempo (em remunerações mensais) é preciso segurar no fundo emergencial sem que tenha de juntar muito ou pouco. É importante reforçar que só você pode determinar a quantia mais adequada, mas é válido conferir os números abaixo de acordo com o tipo de empregabilidade:
- funcionário da iniciativa privada: reserva de 6 meses do custo de vida devido ao risco moderado de perder o emprego;
- servidor público: reserva de 3 a 6 meses do custo de vida devido ao baixo risco de perder o cargo;
- autônomo ou empreendedor: reserva de 10 a 12 meses do custo de vida devido ao alto risco de ficar sem renda.
Os valores são flexíveis, ou seja, dependem do seu perfil de consumo e das despesas mensais, principalmente se você tiver mais de uma fonte de renda. Independentemente disso, a lista acima dá uma ideia mais realista de quanto precisa juntar para ter segurança financeira e evitar endividamentos.
Junte dinheiro
Depois de definir a dimensão da sua reserva, você pode ficar um pouco espantado. Afinal, quando o custo de vida é calculado, fica evidente a necessidade de bastante dinheiro. Mas acalme-se: seu fundo emergencial será construído aos poucos — o importante é dar o primeiro passo. Considere os seguintes fatores para favorecer esse processo:
- calcule o orçamento mensal: levante seus gastos mensais. Utilize um aplicativo para organizar as contas e calcular uma média;
- controle as finanças: se estiver gastando mais do que ganha, reveja suas despesas para fazer sobrar. Use o crédito de maneira consciente e reduza ou elimine coisas que não fazem sentido, aplicando essa quantia na sua reserva;
- determine um valor: defina uma parte do seu salário para essa finalidade sem comprometer gastos essenciais.
Comece devagar, com um valor baixo, por volta de 5% da sua renda ou menos, e vá aumentando gradualmente. É grande a chance de você se animar ao ver o dinheiro sobrar, subindo a porcentagem dessa poupança com o tempo.
Dessa forma, você terá uma noção mais realista de quando juntará tudo o que precisa. Além disso, é válido reforçar que, se tiver que usar o dinheiro no meio do caminho, não pense duas vezes: a reserva serve para isso mesmo. Imprevistos surgem sem aviso, mas o importante é retomar o processo.
Faça investimentos
Onde você guardaria a quantia que corresponde à sua reserva de emergência? Se você utiliza a poupança bancária, está pensando em segurança, mas essa não é a melhor alternativa. Quando o assunto é aplicação do fundo emergencial, é preciso considerar características específicas para essa finalidade, como:
- segurança: investimento seguro e com garantia;
- previsibilidade: saber quanto o dinheiro vai render;
- liquidez: resgatar a reserva no menor tempo possível;
- rentabilidade: mínimo aceitável para não perder dinheiro para a inflação.
Com essa lógica, seu dinheiro fica protegido e rendendo até você resgatá-lo quando surgir a necessidade. Conheça, a seguir, as melhores alternativas para começar a investir na sua reserva.
Tesouro Selic
É o título do Tesouro Direito mais seguro da atualidade — até mais que a poupança —, pois é assegurado pelo Tesouro Nacional. Nele, você pede resgate em um dia e recebe a quantia no dia útil seguinte, processo chamado de D+1. Seus rendimentos seguem a Taxa Selic, que influencia todos os juros praticados no Brasil.
CDB liquidez diária
CDB é um título de crédito privado, ou seja, ao comprá-lo, você “empresta” o dinheiro da sua reserva à empresa emissora do título. No fim do prazo, você o recebe de volta com juros e correções.
Essa modalidade conta com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) limitado a R$ 250 mil. Ou seja, dificilmente seu fundo emergencial será tão alto, logo você não precisa se preocupar.
Existe uma grande variedade de CDBs no mercado financeiro, mas é recomendado escolher um que permita resgatar a qualquer momento — procure pelo que oferece liquidez diária. Por fim, a rentabilidade mínima aceitável é de 100% do CDI.
Contas digitais
Essas são as famosas contas digitais de aplicativos. Nelas, você injeta o dinheiro e ele fica rendendo sem a necessidade de aplicá-lo em lugar nenhum. Em geral, elas oferecem a mesma garantia do FGC. Logo, as contas que rendem são viáveis para quem tem domínio próprio sobre gastos, pois o dinheiro fica bastante acessível ao usuário.
Tenha disciplina
Montar um fundo emergencial leva tempo e demanda disciplina. Não adianta ter um plano eficiente, um orçamento calculado e objetivos definidos se você não se comprometer com essa missão. Logo, é importante ter domínio próprio para desenvolver hábitos financeiros consistentes.
Não desista diante dos primeiros obstáculos ou sacrifícios que surgirem no caminho. Tenha foco em seus objetivos e entenda que ter uma reserva pode ajudá-lo de várias maneiras.
Defina quando usar a reserva de emergência
Como o próprio nome diz, ela é exclusiva para emergências e imprevistos. Para isso, crie uma lista de situações que permitem o seu uso. Veja algumas sugestões e situações que configuram esses momentos:
- consertos repentinos, geralmente de casa ou carro;
- perda de emprego;
- cirurgias e exames de emergência;
- doenças graves;
- pagamento de fatura em atraso;
- viagem de última hora.
Esses são casos que configuram necessidade extrema, ao contrário de gastos para satisfazer desejos de consumo ou lazer. O segredo está em ter critérios ao decidir se precisa utilizar seu fundo emergencial ou não e evitar impulsos que levam a gastos desnecessários.
Por fim, é importante reforçar que a reserva de emergência deve fazer parte de investimentos seguros e com alta liquidez para render de forma gradual e sem correr grandes riscos. Assim, você terá a quantia necessária para lidar com urgências financeiras.
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