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Publicado em

17/09/20 17:29

por

Equipe BV Inspira

Reeducação financeira: conquiste de uma vez por todas

Passar por um processo de reeducação financeira é o primeiro passo para melhorar a sua relação com o dinheiro e facilitar o objetivo de deixar o orçamento no azul. Porém, o que faz parte desse processo? Como se dá esse aprendizado?

Para quem nunca recebeu nem um conselho bom sobre finanças, é mais que natural ter várias dúvidas quanto ao assunto. Mesmo quem teve pais que explicaram alguns conceitos desde criança ainda pode precisar de ajuda ou passar por algum perrengue de vez em quando.

Foi pensando nisso que resolvemos elaborar este artigo. Nele, vamos falar amplamente sobre a reeducação financeira e o que você pode aprender com ela. Quer começar a colocar a sua vida financeira em ordem? Então, não deixe de conferir!

O que é reeducação financeira?

Reeducação financeira é um processo pelo qual nos tornamos mais conscientes em relação à forma como gastamos o nosso dinheiro. A ideia é tornar o orçamento mais equilibrado, pagando as contas em dia, evitando endividamento e guardando uma parte para poupar e investir.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o número de endividados no Brasil bateu recorde histórico em abril de 2020 e chegou a quase 67%. De certa forma, essa alta pode ter total relação com a crise do coronavírus, o que é compreensível. Afinal, algumas ofertas de crédito aumentaram, enquanto muitas pessoas ficaram desempregadas ou tiveram redução no salário.

Ainda assim, mesmo antes de a pandemia chegar por aqui, os números já não eram favoráveis. Em janeiro de 2020, por exemplo, o percentual de famílias endividadas chegou a 65,3%, ou seja, o problema já existia e era grande.

Os números mostram a importância de reeducar as pessoas financeiramente, acabar com o tabu de falar sobre dinheiro e compartilhar conhecimento para que elas se tornem mais conscientes sobre os próprios gastos. É exatamente isso que pretendemos fazer neste artigo.

Por que devo me reeducar financeiramente?

Só os números apresentados anteriormente já mostram um excelente motivo para dar início ao processo de reeducação financeira, não acha? Afinal, ninguém gosta de passar aperto todo fim de mês, sem saber se o dinheiro vai dar ou "fazendo sorteio" para escolher qual conta será paga.

A seguir, mostramos alguns outros motivos que são igualmente importantes e que podem ajudar você a despertar para a necessidade de melhorar a gestão do seu orçamento.

Construir uma relação saudável com o dinheiro

A maneira como você se relaciona com o seu dinheiro diz muito sobre a sua saúde financeira. Você é do tipo que evitar tocar no assunto, não gosta de fazer um controle financeiro (porque acha chato) e não sabe ao certo quanto gasta por mês? É bem provável que tenha problemas para gerir as suas finanças.

Nesse caso, o perfil tende a ser o de pessoa que não têm muito controle de despesas e corre o risco de atrasar alguma conta ou outra de tempos em tempos. Além disso, também existe um risco maior de gastar mais do que ganha.

Por outro lado, com a reeducação financeira, fica mais fácil entender a importância de controlar o fluxo de dinheiro. Assim, a tendência é a de evitar gastos por impulso, comprar produtos e serviços supérfluos e qualquer outro comportamento que possa levar ao endividamento.

Conquistar os seus maiores sonhos

Quais são os seus objetivos no momento? Trocar de carro? Comprar uma casa? Conquistar uma aposentadoria confortável?

Independentemente de qual seja o sonho e quanto tempo ele pode levar para ser realizado, a reeducação financeira é o suporte inicial que você tem para começar a se organizar. A partir dela, mudam-se os hábitos, definem-se as metas e surgem as estratégias para começar a poupar dinheiro.

É importante passar por esse processo para que a sua vida financeira fique em dia antes de qualquer passo. Afinal, como você poderia planejar uma aposentadoria se, no momento atual, por exemplo, não sabe muito bem como o dinheiro é gasto?

Então, a educação financeira pode ser vista com uma espécie de escada, na qual o primeiro degrau seria o equivalente à avaliação da sua situação financeira, enquanto os últimos podem representar os objetivos mais ambiciosos.

A ideia é começar pelo mais básico e mais importante, evoluir aos poucos e chegar a um ponto que você tem total domínio das suas finanças.

Diminuir o estresse e a ansiedade

A falta de dinheiro é, certamente, um fator que deixa muita gente estressada. Se você já perdeu o sono devido à preocupação com as contas que precisam ser pagas, sabe muito bem como é o sentimento.

Até que ponto essa falta é consequência das más escolhas que fazemos? É muito comum ver relatos de pessoas que têm dificuldades financeiras pelo fato de gastar muito, sem controle e de forma impulsiva.

Nesse caso, ainda que se ganhasse R$50 mil mensais, é bem possível que esse dinheiro ainda não seria suficiente para fazer tudo. É aquele famoso caso de "quanto mais tem, mais gasta".

Em situações como essa, é nítido que o problema não está apenas na renda, mas sim no comportamento de compra. Provavelmente, esse tipo de pessoa tem um perfil mais esbanjador.

Para ele, a reeducação financeira tem o papel de mostrar como os gastos são exagerados e como eles podem ser corrigidos para que se tenha mais consciência quanto a eles. Com uma simples planilha de controle (ou aplicativo), já é possível ter uma ideia do impacto que o consumismo gera nos ganhos — além de tudo que se perde por isso.

Por outro lado, para quem realmente ganha pouco, a reeducação financeira vem como uma maneira de ajudar a gastar o dinheiro com sabedoria e despertar para a importância de encontrar meios de complementar a renda. É claro que, para as pessoas que têm esse perfil, as coisas são bem mais difíceis.

Porém, ter a consciência sobre como se gasta o dinheiro, o que pode ser feito para melhorar e quais atividades podem ajudar a ter um ganho a mais já é algo que ajuda bastante.

Ter mais tranquilidade tanto hoje quanto no futuro

Um dos problemas da ansiedade é que sempre estamos muito preocupados com o futuro, principalmente em relação ao pagamento das contas do mês seguinte. É normal surgirem dúvidas como "será que o dinheiro será suficiente?".

Porém, também é natural que algumas pessoas se peguem preocupadas com a aposentadoria, algo que ainda pode estar a 10, 20 ou 30 anos de distância. Ou seja, a preocupação pode ser tanto em relação à semana que vem quanto ao que vamos fazer na velhice.

O bom da educação financeira é que ela nos permite ter um planejamento eficaz e que contemple todos esses momentos — tanto o agora quanto aquele futuro que, neste momento, parece tão distante.

Depois que você consegue organizar o seu orçamento e colocá-lo na ponta da caneta, fica mais fácil traçar metas financeiras e saber quanto é preciso poupar para realizar cada uma delas.

Depois de adotar todas as mudanças necessárias — que envolvem, basicamente, diminuir os gastos e adotar hábitos mais positivos —, você verá que é possível organizar as suas finanças para honrar os compromissos e ainda guardar uma parte.

Quer tranquilidade maior do que saber que você está no caminho planejado e que mesmo o futuro está sendo resguardado?

Quais são as vantagens dessa estratégia?

Até aqui, provavelmentem você já entendeu a importância da reeducação financeira e por quais motivos ela deve ser colocada em prática, certo? O que ainda não contamos, é que elas podem proporcionar muitos benefícios além de tudo que foi dito nos tópicos anteriores.

A capacidade de planejar e organizar o orçamento de acordo com os seus ganhos é um dos maiores benefícios. A seguir, listamos alguns outros igualmente importantes.

Reduz o impacto negativo dos imprevistos

O planejamento ajuda a reduzir impactos negativos dos imprevistos ao nosso redor. Como todos estamos sujeitos a eles, a prevenção é sempre o melhor caminho. Ao mesmo tempo que você aumenta as chances de lidar bem com essas situações que não foram planejadas, evita a possibilidade de se endividar para resolver o problema, por exemplo.

Mesmo que algo fuja do previsto, ter uma reserva financeira que pode contornar a situação facilita o controle e traz um pouco mais de tranquilidade para o seu dia a dia — afinal, quem não gosta de saber que tem um dinheirinho guardado para resolver os perrengues, não é mesmo?

Portanto, não deixe de reservar dinheiro para emergência. Depois de resolver as dívidas, ela é o segundo passo para uma vida financeira mais saudável e equilibrada. É com ela que você consegue minimizar os impactos que um imprevisto pode causar no seu orçamento, o que inclui:

  • perda do emprego;
  • despesas médicas emergenciais;
  • gastos com veterinário;
  • fazer o reparo do carro usado para trabalhar.

Aumenta a qualidade do consumo

Planejar o consumo é a melhor estratégia para que ele seja feito com equilíbrio e consciência. Quando você evita qualquer tipo de compra por impulso e aproveita as promoções com mais sabedoria, a sua relação com o dinheiro muda totalmente.

Com isso, passamos a comprar porque realmente precisamos e o produto (ou serviço) em questão será útil, não porque simplesmente vimos um preço que parece imperdível. Assim, a tendência é a de que se faça mais pesquisas, busque opções de lojas e realize negociações com os vendedores.

Ao contrário da compra por impulso, as que são feitas de forma consciente vêm como resultado de um planejamento financeiro, baseado nas suas necessidades reais. Com essa estratégia, dificilmente você se arrependerá depois que tiver pago pelo produto ou serviço.

Possibilita o autoconhecimento

Saber diferenciar o que é realmente necessário de uma despesa que pode ser evitada é uma dificuldade para muitas pessoas.

O consumo pela necessidade (e não pela simples vontade) traz a oportunidade de nos conhecermos e entender o que, de fato, utilizamos no nosso dia a dia. A partir do momento em que você tem mais consciência de como deve gastar o dinheiro e evitar desperdícios, fica mais fácil identificar os impulsos.

Esses gastos supérfluos não são totalmente condenáveis se trazem pequenas alegrias, mas eles não podem consistir em uma rotina de despesas desnecessárias.

É sim possível gastar com itens que se gosta e aproveitar o motivo de ter trabalhado, mas ter um valor máximo estipulado para esses gastos é crucial para não ter um comprometimento de renda com questões supérfluas.

Por isso, é importante tomar cuidado com aquelas gratificações com o argumento de "ah, eu trabalho muito, mereço me dar esse presente". Se isso ocorre de vez em quanto, tudo certo. O problema é quando você faz isso com muita frequência e acaba deixando o dinheiro ir pelo ralo.

É por isso que a reeducação financeira é tão importante. É só com o autoconhecimento que você consegue identificar esse tipo de pensamento sabotador, que acaba deixando o orçamento no vermelho com uma frequência maior do que deveria.

Futuro mais bem planejado

Quando se planeja os gastos mensais, é possível fazer planos de médio e longo prazo também. E esse é um dos objetivos da reeducação financeira. Conquistá-la é sinal de abrir a porta para a independência financeira e todas as vantagens que vem com ela.

Ter uma reserva de emergência, poder se planejar para uma viagem e até compras internacionais sem precisar sofrer com as parcelas do cartão são algumas das possibilidades. Sem contar a realização de um intercâmbio ou a troca de um carro. Tudo isso são benefícios que somente se tornam possíveis depois da reeducação financeira e da mudança de hábitos.

Quais são os passos essenciais da reeducação financeira?

Para trilhar esse caminho alguns passos são essenciais. Aqui, citaremos alguns que possibilitam traçar a reeducação e alcançar objetivos de curto, médio e longo prazo com o tempo e o desenvolvimento dessas habilidades.

Observe a sua vida financeira

O primeiro passo é ter um controle e conhecimento geral da sua atual situação financeira. É importante colocar tudo na ponta da caneta e fazer um diagnóstico de como estão os gastos em relação aos ganhos.

Identifique os custos fixos (internet, plano de telefone, televisão, serviços de streaming) e os variáveis (como água, luz e qualquer outro que varia de acordo com o consumo). Veja quanto paga de juros, qual é o percentual de dívida e quanto sobra para poupar.

Depois dessa observação e do detalhamento das despesas e entradas, é necessário encarar as dívidas, caso elas existam e você note que têm um impacto muito grande no orçamento mensal.

Ligar e tentar renegociar dívida é uma ótima sugestão. Principalmente quando você pode adiantar uma parte do valor, efetuar o pagamento à vista ou mesmo conseguir reduzir os juros para que eles não comprometam tanto seu orçamento.

Agora, é o momento de encarar os pacotes de assinatura e ver se é possível enxugar alguma despesa. Um plano de telefonia mais simples pode suprir suas necessidades e não incluir TV a cabo, caso você já use algum serviço de streaming para ver filmes e séries.

Mesmo quando os serviços já atendem a suas necessidades, é sempre válido entrar em contato com a operadora e tentar negociar valores para diminuir a mensalidade. Lembre-se do ditado "de grão em grão, a galinha enche o papo". Qualquer redução conquistada vai fazer diferença se somada às outras.

Por último, o objetivo é economizar dinheiro com os gastos variáveis. Apesar de serem recorrentes e terem pagamento mensal, contas como as de água e energia elétrica não são despesas fixas.

Essas contas acompanham nosso consumo e, assim, podem ser controladas e reduzidas mensalmente com mudanças de hábitos e instalação de equipamentos mais econômicos, por exemplo.

Compreenda as dívidas

Como suas dívidas surgiram e saíram do controle? A mensalidade da escola aumentou demais? O carro bateu? O valor do financiamento está acima do que é possível pagar? Esses cenários são, infelizmente, bem comuns. Muitas vezes nossa renda não acompanha as despesas e acabamos endividados.

Para melhorar esse cenário, é preciso compreender como a dívida surgiu para, então, poder encarar esse problema de frente. Assim, além de ter o controle da situação, você pode garantir que está fazendo o necessário para solucionar a questão.

Entrar em contato com seu credor e conhecer as possibilidades de negociação é um passo a ser tomado. Às vezes, é possível reduzir os juros, ou pagar um valor maior e ter menos parcelas.

Em casos de financiamentos de casa ou escola fora do orçamento, pode ser necessário fazer uma mudança de endereço ou instituição. Mesmo que isso seja mais drástico, trará um conforto maior financeiramente quando for feito.

qualidade de vida vem com os resultados dessa mudança ao longo prazo e saber de onde vieram os maiores gargalos financeiros é crucial para conseguir se livrar deles.

Perceba o comportamento do seu consumo

Ao fazer a tabela com as entradas e saídas de dinheiro no orçamento, é possível ver em detalhes com o que se gasta mês a mês. Se é comendo fora, comprando roupas ou pedindo muito transporte por aplicativo, esses vilões precisam ser observados no consumo.

Se seu gasto é planejado, dificilmente ele vai ultrapassar o limite mensal. Inicialmente, é provável que você ainda deixe passar alguns desperdícios e gastos supérfluos. Com o tempo e um pouco mais de análise sobre o seu consumo, fica mais fácil identificar e tapar esses "ralos financeiros".

Planeje o futuro do dinheiro

Um dos melhores incentivos para se poupar é planejar o que fazer com aquele dinheiro. Dar a ele um destino, um objetivo, facilita e motiva a juntar ainda mais para atingir aquele plano final. Afinal, poupar requer abrir mão de um ganho hoje para se alcançar um ganho futuro.

Você pode fazer uma divisão média dos seus ganhos, definindo percentuais para cada tipo de gasto. Você já conhece a regra do 50-35-15? Nela, a divisão é feita da seguinte forma:

  • 50% destinado para os gastos essenciais mensais (como moradia, alimentação e transporte);
  • 35% para o estilo de vida (academia, viagens, lazer, compras, entre outros);
  • 15% para prioridades financeiras (reserva de emergência, investimentos e plano de aposentadoria, por exemplo).

Dessa forma, antes mesmo de receber, o seu dinheiro já tem um destino certo.

Mude os seus hábitos

Essas oportunidades são importantes não só para evitarmos o consumo impulsivo e desnecessário como também para desenvolvermos outros hábitos, que se tornarão mais saudáveis e menos prejudiciais para o orçamento.

Para ajudar a manter a motivação para os objetivos de longo prazo, vale a pena reservar uma parte do dinheiro apenas para os prazeres imediatos, como aquela refeição deliciosa do restaurante preferido — mesmo sabendo que na maior parte dos dias, a recomendação é a de priorizar a alimentação em casa a fim de economizar.

Desde que esse gasto esteja dentro daqueles 35% que falamos ali em cima e não comprometa o seu orçamento, está tudo bem em tirar uma parte da grana para se satisfazer. Afinal, não dá para se privar de tudo hoje só para ter uma vida melhor lá na frente, não acha?

Renegocie as dívidas quando possível

Qualquer dívida existente em que existe a cobrança de juros demanda maior atenção. Nesses casos, elas devem ser priorizadas, especialmente aquelas em que as taxas são maiores, já que isso pode causar aquela bola de neve e fazer o valor duplicar ou mesmo triplicar em pouco tempo.

Isso sem contar o risco de ficar com o nome sujo, ter a pontuação do score penalizada e ainda ficar com restrição no mercado em relação a crédito.

Portanto, foque naqueles compromissos que têm esse peso maior e que podem fazer as coisas saírem de controle a qualquer momento. Feito isso, parta para as dívidas menores e, só então, dê atenção para as dívidas parceladas que são pagas em dia.

Se puder antecipar parcelas e se livrar logo delas, melhor ainda. É uma segurança a mais que você pode ter em momentos de imprevistos, como em caso de perda do emprego, por exemplo.

Como você pôde ver, a reeducação financeira é essencial para que se consiga enxergar o dinheiro de outra forma e tomar decisões mais acertadas para tudo que envolva algum gasto. É dessa forma que você consegue se estruturar melhor para evitar dívidas e começar a se planejar para conquistar seus objetivos.

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