Qualquer pessoa que não tenha um bom controle sobre o orçamento corre o risco de ficar com o nome negativado. Afinal, os riscos de gastar mais do que se ganha são muito altos. E disso para deixar de pagar algumas contas, é um pulo, não é?
A questão aqui é que o problema vai além do endividamento. Ficar com o nome sujo é algo que prejudica bastante na hora de conseguir crédito no mercado e que vai virando aquela bola de neve cada vez mais difícil de resolver.
Neste artigo, vamos explicar quais são as consequências do nome negativado e como você pode evitar cair nessa cilada. Que tal começar a colocar as suas finanças em ordem agora mesmo? Continue conosco e saiba mais sobre o assunto!
Quais são as principais causas da negativação do nome?
Existem diversas situações que podem fazer com que o nome fique negativado, e isso pode acontecer mesmo quando a pessoa não tem a intenção de dar um calote. Afinal, todos nós estamos sujeitos a imprevistos, incluindo os financeiros.
A seguir, explicamos as principais razões para que isso aconteça e como elas levam ao endividamento e, consequentemente, ao registro do seu nome nos órgãos de proteção ao crédito (como o SPC, o SERASA e o Boa Vista).
Demissão do emprego
Uma demissão é sempre algo que gera um baque e já nos deixa meio sem saber o que fazer. Quando o desemprego dura um bom tempo e você não consegue alternativas para ganhar dinheiro, a renda começa a secar, e é aí que os problemas vão surgindo.
Como a alimentação e a moradia sempre serão prioridades, os outros credores vão ficando para trás. Afinal, entre comer e pagar o cartão de crédito, nem precisamos dizer qual deles vem em primeiro lugar, né?
Diminuição da renda familiar
Mesmo que alguém da família não chegue a sofrer uma demissão, existe a possibilidade de ter o salário reduzido diante de uma crise econômica (como a da pandemia por coronavírus).
Sem contar a possibilidade de conseguir um novo emprego que paga menos, só para não correr o risco de ficar sem trabalhar e não ter nenhuma fonte de renda para sustentar a casa.
Além disso, também existem aquelas situações em que os filhos saem de casa, por exemplo. Todos esses casos têm uma coisa em comum: a diminuição da renda familiar. Se você não consegue diminuir os gastos na mesma proporção, alguma conta vai ter que ficar sem pagar, concorda?
Compras para outras pessoas
Se você for procurar por aí, vai conhecer a história de alguém que emprestou o cartão (ou o crediário) para outra pessoa e não recebeu o dinheiro como devia. O que acontece? Quem ajudou fica a ver navios e com o nome negativado.
Isso ocorre porque, quase sempre, a pessoa confia que o compromisso vai ser honrado e, ao mesmo tempo, não tem o dinheiro referente à parcela da compra para cobrir o rombo que o calote deixou.
Problemas de saúde
Existem alguns problemas de saúde que nunca avisam quando vão aparecer. Nessas horas, acabamos tendo um gasto inesperado e que pode comprometer bastante o orçamento. Se o "prejuízo" financeiro for grande ou não puder ser controlado em pouco tempo, gera uma bola de neve.
É provável que você tenha que deixar de pagar uma conta para arcar com os custos ou ficar com mais uma dívida para resolver a situação. Em ambos os casos, existe o risco de ficar inadimplente e acabar com o nome sujo.
Falta de controle financeiro
Tirando essas questões que fogem do nosso controle, tem aquela parte em que precisamos assumir a nossa culpa, não acha? Aqui, entra a falta de planejamento financeiro. Você não precisa ser expert em orçamento doméstico e muito menos em economia. Um simples acompanhamento das contas já é suficiente.
Se você consegue monitorar pelo menos as suas contas e os gastos que tem mensalmente e se esforçar para que eles nunca sejam maiores que a sua renda, já é meio caminho andado. Com isso, corre-se um risco muito menor de gastar mais do que se ganha.
Porém, se você ultrapassa a sua renda sempre, aí o problema já é outro e chega a ser mais sério. Esse descontrole é, certamente, o maior motivo para que as contas deixem de ser pagas e você fique com o nome negativado depois.
Quais são as desvantagens de estar negativado?
Ficar com o nome negativado, por si, já é uma situação bem chata, não acha? Contudo, isso vai muito além dos registros em órgãos como o SPC e o SERASA. Conhecer as desvantagens disso é uma maneira de entender a extensão do problema e cuidar melhor das finanças pessoais para que as coisas não saiam do controle futuramente.
Veja, a seguir, uma lista com os principais benefícios que você deixa de aproveitar quando fica com o nome sujo na praça, além de perder vários pontos no seu score de crédito.
Financiamentos
Se você tem o objetivo de realizar o sonho da casa própria ou de financiar um carro, por exemplo, saiba que isso pode ser adiado. Quando a análise de crédito é feita, esse é um dos principais critérios que as instituições financeiras utilizam para avaliar se o crédito será ou não liberado.
Se você está com o nome negativado, é como se desse a entender que não se esforça para honrar seus compromissos e que, por isso, tem grandes chances de não pagar as parcelas em dia.
Solicitações de crédito
Assim como no financiamento, você pode ter suas solicitações de crédito negadas. Então, se precisar de um empréstimo para solucionar problemas, até mesmo as dívidas, saiba que as chances de obter um "não" como resposta são muito altas. Em algumas exceções, as financeiras até liberam o valor, mas cobrando taxas de juros bem superiores.
Aprovação de cartões
Temos aqui outra situação em que o nome negativado afeta suas movimentações no mercado. Enquanto você tiver pendências no SPC ou no SERASA, é praticamente impossível conseguir fazer qualquer cartão de crédito.
Compras a prazo
Você também pode dar adeus às compras no carnê ou crediário nas lojas enquanto tiver dívidas registradas nos órgãos de proteção (como o SPC). Em resumo, ter dívidas pendentes e ficar com o nome sujo é algo que praticamente fecha as portas para você no mercado.
Estou com o nome negativado: e agora?
Se aconteceu de você ficar com o nome negativado, não precisa se desesperar. O primeiro passo é entender primeiro toda a situação: o que causou a pendência, quais outros problemas você tem e, principalmente, como andam as suas finanças atualmente.
A partir daí, você faz uma espécie de diagnóstico e consegue avaliar melhor a situação, entendendo a dimensão das dívidas e qual é o esforço necessário para colocar as contas em dia.
Nos tópicos a seguir, listamos algumas dicas que vão ajudar você a se organizar e a resolver o problema da melhor forma possível.
Anote todas as suas dívidas
Antes de começar a tomar qualquer atitude, faça uma lista com todas as suas dívidas. Isso vale tanto para aquelas que já estão em atraso quanto para as que você ainda paga normalmente, considerando os parcelamentos.
Essa parte é essencial para que você saiba exatamente o tamanho do problema e com o que vai precisar lidar de agora em diante. A partir daí, fica mais fácil elaborar um plano e começar a identificar as mudanças necessárias.
Tente uma renegociação com seus credores
Procure as empresas que registraram a sua dívida nos órgãos de proteção ao crédito e tente renegociar o valor a ser pago. Dependendo de como for a conversa, é possível obter excelentes condições de pagamento, com uma redução considerável na cobrança de juros.
Só não se esqueça de fechar um acordo que esteja dentro das suas possibilidades financeiras. Afinal, de nada adianta resolver o problema agora se daqui a uns meses você não conseguir honrar seu compromisso, não acha?
Se você perceber que a cobrança de juros é abusiva e está muito distante da realidade da dívida, não feche o acordo já de primeira. Você pode tentar algum desconto ou, dependendo da situação, acionar o Procon. Nesse caso, o órgão vai mediar a situação e tentar encontrar uma negociação que seja justa para ambas as partes.
Encaixe os compromissos no seu orçamento mensal
Feitas as devidas negociações, é o momento de encaixar os compromissos no seu orçamento mensal como novos gastos. Além disso, também liste todas as contas que você precisa pagar todos os meses, incluindo as de casa, os cartões de crédito, a alimentação, os estudos, entre outras.
Some tudo isso e compare com a sua renda. O que você ganha é suficiente para pagar tudo? Se sim, ótimo! Temos uma situação muito favorável, ou seja, você não precisa mudar muitas coisas para colocar a casa em ordem.
Por outro lado, se o total dos gastos for maior que tudo o que você ganha no mês, será preciso rever todo o orçamento e ver onde ele pode ser melhorado. Assim, será preciso mudar hábitos, principalmente na forma como você gasta o seu dinheiro.
Caso contrário, em pouco tempo, você começará a ter problemas novamente, enfrentando dificuldades para pagar as contas e até mesmo se endividando, correndo o risco de ter o nome negativado outra vez.
Corte os gastos supérfluos
Quando chegamos ao ponto de ficar com o nome negativado e com algumas dívidas pendentes, é sinal de que precisamos mudar os hábitos com urgência. Isso não significa que você vai precisar sacrificar tudo e ter uma vida bem abaixo do padrão atual. Porém, é mais que necessário começar a cortar os gastos supérfluos. Entre eles, estão:
- salão de beleza com frequência;
- passeios caros todos os finais de semana;
- plano caro de telefone celular;
- pacote de TV a cabo que mal é utilizado.
Você pode fazer uma análise até mesmo sobre as contas mais essenciais. Pode ter uma ou outra atitude, mesmo que pequena, que ajude a deixar o seu orçamento mais magrinho. Só para você ter uma ideia de como isso funciona na prática, se você conseguir um desconto de R$50,00 na sua fatura da TV a cabo, terá economizado R$600,00 dentro de um ano. É muita grana, não é? Quantas outras coisas você poderia fazer com esse dinheiro?
Priorize o pagamento das dívidas
Agora que você já consegue se organizar melhor para pagar as contas, é importante que você coloque as parcelas das dívidas como prioridade, além dos gastos básicos que já têm para viver no mês.
A princípio, é difícil colocar as mudanças em prática, especialmente quando você precisa abrir mão de certas coisas para colocar as finanças em ordem. Porém, isso é necessário para que você consiga voltar aos trilhos e recuperar o seu nome no mercado.
Depois disso, você pode até ter novos gastos, mas lembrando sempre de nunca extrapolar o que ganha, combinado? Caso contrário, você cai de novo no mesmo problema que o fez ficar com o nome negativado.
Faça uma renda extra
Se você já tentou reduzir custos de todos os lados e, mesmo assim, continua tendo problemas para conseguir pagar as contas, é o momento de pensar em criar uma fonte de renda extra. Assim, você consegue levantar o dinheiro que falta e ter um pouco mais de tranquilidade.
Há diversas maneiras de conseguir uma grana a mais por mês, mesmo que você só tenha disponibilidade para ganhar dinheiro no final de semana. Tudo depende dos seus conhecimentos, suas habilidades e do tempo que tem livre para atender os clientes e fazer as vendas. Entre algumas opções, podemos citar:
- dar aulas particulares (de idioma, música ou algum outro assunto que você conheça bem);
- vender itens que não usa mais em grupos, sites e aplicativos de desapego;
- prestar consultoria, caso você seja especialista em alguma área;
- fazer quitutes para vender (como bolos, doces e salgados);
- cuidar de pets em casa;
- ser freelancer em bares e eventos;
- trabalhar com marketing de conteúdo (com redação e revisão para a web ou mesmo fazendo a gestão das redes sociais de empresas);
- fazer trabalhos de costura;
- fazer pequenos reparos em casa;
- virar motorista de aplicativo.
Em alguns casos, é necessário ter um bom conhecimento técnico para fazer os produtos e oferecer os serviços com qualidade. Em outros, basta desenvolver alguma habilidade e está tudo certo. É só começar a divulgar e ir atrás de clientes.
Dependendo do rumo que as coisas vão tomando com o tempo, você pode se dar muito bem e ter um negócio com grande potencial de crescimento (e que pode passar a ser sua principal fonte de renda no futuro).
Como evitar uma negativação no nome?
Não poderíamos terminar este artigo sem oferecer dicas para que você evite ficar com o nome negativado, não é mesmo? A seguir, listamos algumas orientações muito valiosas que vão ajudar a manter as suas finanças pessoais em ordem e a fugir desse problemão (e de suas consequências).
Controle as suas finanças mais de perto
O controle do orçamento é fundamental para que você acompanhe os gastos e evite que eles sejam maiores que a sua renda. Com um acompanhamento frequente, fica mais fácil saber quando você vai estourar o limite e tomar alguma atitude antes que o problema surja e se torne bem sério.
Isso pode ser feito por meio de uma planilha, aplicativos para celular ou mesmo pelo bom e velho caderninho de anotações. Escolha o método com o qual você mais se identifica e comece a controlar as suas finanças o mais rápido possível.
Basicamente, você precisa anotar seus ganhos e registrar todos os custos que tem no mês, o que envolve:
- aluguel;
- alimentação;
- energia;
- água;
- internet;
- celular;
- transporte;
- lazer;
- cartões de crédito;
- crediário.
Quanto mais informações você conseguir anotar, mais fácil vai ser identificar para onde o seu dinheiro está indo. Sabe aquela sensação de que ele simplesmente sumiu? Com o registro, isso dificilmente vai acontecer (a menos que tenha sumido mesmo).
A grande vantagem de fazer um bom controle do orçamento é que ele ajuda a visualizar melhor os seus gastos. A partir daí, você sabe com precisão onde estão aquelas despesas que podem ser reduzidas ou mesmo eliminadas.
Vale se lembrar da importância de manter a disciplina para continuar controlando o dinheiro. Se isso não for feito, daqui a um mês ou dois, você volta para a situação que causou o problema: a falta de controle.
Não compre por impulso
As compras feitas no calor da emoção são algumas das grandes razões para que o seu dinheiro vá para o ralo. Principalmente porque, quase sempre, você leva alguma coisa que não precisa de verdade. Então, sempre que sentir aquela vontade, pare, respire fundo e pergunte:
- Eu preciso MESMO desse produto ou serviço?
- É uma compra que pode ser adiada?
- Eu posso pagar por isso?
- Isso vai comprometer o meu orçamento?
Só de ter um pouco de calma e usar a razão, você diminui bastante o risco de comprar algo sem pensar e que pode trazer arrependimentos depois. Então, não se esqueça de fazer esse exercício sempre para controlar os gastos por impulso, hein?!
Não estoure o orçamento mensal
Parece óbvio oferecer uma dica como essa, mas é preciso reforçar a importância de definir um limite de gastos e respeitá-lo. Se você estourar o valor com frequência, não conseguirá pagar uma conta mais cedo ou mais tarde.
Aqui, a disciplina é mais importante do que nunca. Não adianta nada fazer todo um planejamento, refinanciar as dívidas e se esforçar para pagá-la se você continuar voltando ao mesmo problema que causou essa situação, concorda?
Poupe dinheiro para os imprevistos
Entre diminuir seus gastos e fazer uma renda extra, procure guardar sempre um dinheirinho, que pode ficar até mesmo em uma poupança. Esse hábito de economizar sempre vai fazer uma grande diferença na hora do aperto. É o que chamamos de reserva de emergência.
Caso aconteça algum imprevisto ou você tenha problemas para pagar as contas, poderá contar com essa reserva para salvar o orçamento e evitar uma situação que pode levar o seu nome para o SPC.
Esse é um passo muito importante para que você consiga mudar de vida, resolver suas pendências e ter uma situação financeira mais tranquila, sem surpresas e sem dívidas fora do controle no fim do mês.
Evite compras no cartão de crédito
O cartão de crédito é um ótimo aliado quando você passa por uma emergência ou precisa comprar algum produto caro e que precisa ser parcelado. Porém, ele também pode ser o grande vilão das suas finanças.
Quando fazemos uma compra pagando no crédito, temos uma sensação maior de facilidade para consumir. Isso porque é só passar o pedacinho de plástico na máquina que a transação é fechada.
Sem ter a sensação de ver o dinheiro saindo da carteira, fica mais fácil achar que você tem um grande poder de compra. Por outro lado, os pagamentos à vista tendem a nos deixar com dó de gastar tudo rápido e ficar com a conta zerada até o próximo pagamento.
Portanto, muito cuidado ao usar esse recurso. Evite, sempre que puder, fazer compras no cartão, principalmente se for com coisas desnecessárias. Só essa atitude já vai fazer uma grande diferença nas suas finanças e diminuir bastante o risco de ter pendências e ficar com o nome negativado.
Cuidado com o cheque especial
Assim como no caso do cartão de crédito, você precisa ter um bom controle das suas contas para sair do cheque especial, que têm juros altos. Utilizá-lo é como se você jogasse dinheiro fora.
Não empreste o seu nome
Lembra que falamos que ajudar amigos e parentes é uma das causas de endividamento? Não se esqueça disso depois de organizar o seu orçamento. Evite emprestar o seu nome para que outras pessoas façam compras, a menos que seja uma situação de muita urgência.
Uma opção é você ajudar alguém que precisa, mas sabendo que terá condição de assumir o valor da dívida. Assim, se a pessoa não pagar de acordo com o combinado, você não fica com um prejuízo ainda maior.
Ficar com o nome negativado é uma situação bem ruim, mas não chega a ser um problema sem saída. Basicamente, você só precisa focar em deixar o seu orçamento sempre em dia e evitar gastar mais do que recebe. Com as dicas e os cuidados que listamos aqui, fica mais fácil corrigir essas pendências e impedir que elas prejudiquem o seu crédito no mercado.