”Estou endividado. O que fazer para mudar essa situação?” — essa é uma pergunta que traduz a realidade de muitos brasileiros. Afinal de contas, as finanças pessoais são um fator determinante para a qualidade de vida. Porém, muitas pessoas têm dificuldade em mantê-la em ordem.
Um bom exemplo disso é que um levantamento de 2021 promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) constatou dados alarmantes: 75,6% da população (o que dá cerca de 162 milhões de indivíduos) está inadimplente e cerca de 10,1% desse total não vê condições de quitar os débitos que tem.
Pensando nisso, trouxemos um post com dicas para você sair do endividamento e reconstruir a sua vida financeira. Continue lendo e confira os detalhes!
Liste todas as suas dívidas
Para muitas pessoas, o ciclo do endividamento é o mesmo: elas fazem mais contas do que realmente podem pagar, perdem o controle sobre elas, tentam a todo custo equilibrá-las com o orçamento já apertado, acabam deixando-as se acumularem e, por fim, ficam com o nome sujo.
Por isso, é importante que o primeiro passo para mudar esse cenário seja identificar quais são os seus débitos (e respectivos credores), assim como a que pé eles andam e o valor atual de cada um. Por exemplo, vamos supor que você tem 10 dívidas, sendo todas de empresas diferentes. Apesar do número ser grande, elas não são iguais entre si.
Algumas delas podem ser mais recentes e ainda não terem sido registradas nos órgãos de proteção ao crédito. Outras, por sua vez, não só foram incluídas nesses órgãos, como já são frequentemente cobradas por ligações e SMS. Há ainda a possibilidade de um ou outro débito ter sido protestado em cartório.
Para completar, é importante ter em mente que muitas empresas costumam vender dívidas mais antigas para consultorias e organizações privadas de negociação de dívidas.
Portanto, caso não reconheça um ou outro credor, faça um levantamento rápido sobre eles na internet. É provável que isso tenha acontecido com você e agora seja necessário negociar com eles.
Defina uma estimativa de valor
Depois da listagem anterior, é hora de avaliar o quanto você tem disponível por mês para pagar as suas dívidas. Para tanto, coloque o seu orçamento na ponta do lápis, tomando nota de suas fontes de renda (CLT e/ou extra) e conferindo o quanto dela está comprometido com despesas fixas e variáveis.
"Ah, mas eu fiz as contas e me sobra pouco. Não vai dar para nada!", você pode estar pensando. Porém, não se deixe levar por esse pensamento! Tenha em mente que é preciso uma boa dose de paciência e comprometimento para sair do endividamento.
Mesmo que esse valor disponível não passe de R$ 100,00 no início, por exemplo, ele será um ponto de partida. Daí, à medida que você for quitando os primeiros débitos, perceberá que a sua renda vai ficando mais livre. Com isso, é possível destinar mais dinheiro para as outras contas pendentes.
Negocie os valores junto aos credores
O terceiro passo para resolver a pergunta ”Estou endividado. O que fazer para mudar essa situação?” é o seguinte: com os nomes dos credores em mãos e ciente do quanto de verba você tem para pagar suas contas, entre em contato com as empresas que deve.
O objetivo aqui é fazer uma negociação ou mesmo uma renegociação de dívida, sondando a possibilidade de abatimentos no valor total, de retirada de juros e multas extras e, em especial, sobre as alternativas para pagamento à vista e parcelado. Dessa forma, você fechará um acordo conforme as suas condições financeiras e que melhor se encaixa no seu orçamento.
Reduza os gastos
Nesse período em que você está quitando suas dívidas é importante reduzir os gastos, em especial aqueles supérfluos ou por impulso que dificultam a sua reeducação financeira. Isso é necessário para manter o seu orçamento em dia e garantir que a verba disponível para os débitos continue a existir mensalmente (e até mesmo aumente).
Tenha controle das finanças
Ao organizar a vida financeira é sempre útil ter um controle regular das suas finanças. Há muitos aplicativos que ajudam nessa tarefa, como o Organizze, o Wally e o Minhas Economias. Isso o ajuda não só a rever as suas despesas ao longo do mês, mas também a identificar quais gastos consomem mais a sua renda e a avaliar se o seu orçamento atual está ou não alinhado ao padrão de vida que deseja.
Crie uma reserva de emergência
Em paralelo às dicas anteriores, invista na criação de uma reserva de emergência. Ela pode começar com um valor simbólico e ir aumentando à medida que as suas dívidas vão acabando, por exemplo. Outra possibilidade é você utilizar um percentual da sua renda (como 5%, 10% ou 15%) para poupar.
No início, você vai sentir vontade de recorrer a esse dinheiro para gastos do dia a dia, não dá para negar. Porém, em poucos meses, esse hábito de poupar vai se tornar parte da sua rotina e permitir que você possa lidar com problemas ou imprevistos da vida sem recorrer ao cartão de crédito, perder a mão com empréstimos e financiamentos e o melhor: sem gerar mais dívidas que afetem o seu orçamento.
Como mostrado ao longo do post, respondemos de forma precisa àquela sua pergunta que deu início ao texto: ”Estou endividado. O que fazer para mudar essa situação?”. Agora é o momento de você segui-las e se empenhar, em especial, nas três últimas orientações para transformar sua vida financeira, combinado?
Afinal, elas serão essenciais não só para assegurar o seu planejamento de quitar tudo o que está atrasado, mas principalmente para evitar que novos débitos apareçam no futuro, desperdiçando, assim, todo o seu esforço até então e comprometendo as suas finanças.
E já que falamos sobre como sanar as suas dívidas, aproveite para saber mais a respeito de quais problemas surgem quando você tem o nome negativado!