Se você busca por algum tipo de crédito, provavelmente já se deparou com termos como juros simples e compostos, amortização de parcelas e Custo Efetivo Total (CET). Esse último pode parecer complicado, ainda mais por envolver cálculo, mas é muito importante saber dele para, como diz o ditado popular, “não comprar gato por lebre”.
Isso porque o CET ajuda a entender se realmente um empréstimo pessoal é vantajoso ou se ele apenas parece ser bom, mas, na verdade, pode se tornar caro ao longo do tempo. Além disso, esse cálculo ajuda você a se programar para pagar as parcelas corretas do crédito, ou seja, sem surpresas, porque você saberá o valor total que desembolsará desde o princípio.
Ficou interessado em saber mais sobre o CET? Então, continue lendo e descubra o que é esse Custo Efetivo Total e como ele funciona!
O que é Custo Efetivo Total?
O CET é uma espécie de índice que envolve vários fatores econômicos que se aplicam a uma operação de crédito — como um empréstimo pessoal ou empresarial —, ou de leasing (arrendamento mercantil). Esses fatores são:
- juros;
- encargos;
- taxas;
- comissão;
- tributos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF);
- seguros;
- custos relacionados ao registro do contrato da operação;
- custos com serviços de terceiros;
- despesas administrativas, entre outros.
Existem algumas regras que devem ser seguidas pelas instituições financeiras e de arrendamento mercantil quando se trata do CET. As principais estão expressas na Resolução nº3.517/2007 e na Resolução nº4.197/2013, do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (Bacen). Ambas estão em conformidade como o Plano Nacional de Defesa do Consumidor (Plandec), que foi estabelecido pelo Decreto nº7.963, de 15 de março de 2013.
Por exemplo, é obrigatório que as instituições financeiras e de arrendamento mercantil informem o CET para clientes Pessoas Físicas (PFs), microempresas, empresas de pequeno porte etc. Isso deve ser feito detalhadamente, de modo a indicar os percentuais, os valores em reais e os itens que compõem o Custo Efetivo Total.
Isso evita que esses dados sejam disfarçados ou fiquem difíceis de identificar, como acontece quando há aquelas letrinhas miúdas nos contratos, sabe? Com essa norma, o consumidor passa a entender exatamente os custos do crédito, de modo a se organizar melhor para pagá-lo.
Como o CET funciona?
Saiba que é possível encontrar calculadoras online que facilitam o cálculo do CET, já que a fórmula do CET é complexa. Só observe quais custos adicionais elas utilizam, pois os contratos podem envolver diferentes itens no CET. É preciso prestar atenção a todos!
Além disso, ver como os custos que compõem o Custo Efetivo Total são apresentados em uma planilha ou tabela ajuda a entender melhor esse índice. Para tanto, usaremos o exemplo dado pela Carta Circular n° 3.593, de 19 de abril de 2013.
Ela estipula que o cálculo das porcentagens dos custos deve ser realizado considerando o dinheiro total devido no momento da contratação do crédito. Agora que já sabe disso, veja um exemplo:
Exemplo fictício de CET | Valor | % |
---|---|---|
A) Valor total devido do empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil financeiro no ato do contrato | R$3.500 | Nenhum |
B) Valor liberado ao cliente ou vendedor | R$3.000 | 85,71% (b/a) |
C) Despesas vinculadas à concessão de crédito | R$500 | 14,29% (c/a) |
C1) Tarifas (especificar, quando houver) | R$300 | 8,57% (c1/a) |
C2) Tributos (especificar, quando houver) | R$100 | 2,86% (c2/a) |
C3) Seguro e outros (especificar, quando houver) | R$100 | 2,86% (c3/a) |
É importante destacar que, quando a instituição financeira apresentar para você uma planilha de cálculo eletrônica para o CET, a função financeira usada precisa ser informada, conforme exige a Resolução nº 3.517/2007.
Por que se preocupar com o CET?
Quando precisamos de dinheiro e buscamos crédito, normalmente focamos nossa atenção nos juros do empréstimo pessoal, porém os outros custos da operação podem tornar as parcelas maiores do que esperamos. E é aí que vem a surpresa quando a parcela do mês fica maior do que imaginamos, de modo que o dinheiro reservado no orçamento para ela pode não ser o suficiente.
O CET aparece em várias operações de crédito, até mesmo no cartão de crédito. Aliás, ao não quitar toda a sua fatura, você passa no financiamento conhecido como “crédito rotativo”. Geralmente, o Custo Efetivo Total desse valor em aberto é designado como CET do financiamento da fatura, CET Crédito Rotativo ou só CET no campo “Financiamento da Fatura”, “Encargos Financeiros” ou outra expressão semelhante.
Vale reforçar que, devido às imposições legais, as instituições financeiras que trabalham oferecendo modalidades de crédito precisam fornecer ao consumidor um detalhamento do empréstimo que ele deseja obter. Se a instituição em que você pretende obter crédito não fizer isso, lembre-se de cobrar o CET.
Ao especificar cada despesa que fará parte da operação, bem como o seu percentual correspondente em relação ao valor total do crédito, é possível dizer que o planejamento financeiro de quem toma o crédito é facilitado. Conhecendo o Custo Efetivo Total e os seus componentes, fica mais simples analisar se vale ou não a pena contratar um empréstimo pessoal — e evitamos um acordo que pese no bolso mais do que o esperado!
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