Para muita gente, falar de dinheiro é um grande tabu, não importa com quem seja. Com as crianças, então, pior ainda –– como os pequenos vão entender de um assunto que tanto adulto tem dificuldade, não é mesmo? Mas é aí que se enganam. A educação financeira infantil deve ser cada vez mais inserida nas rotinas das famílias.
Isso porque é na infância que aprendemos muitas lições valiosas, levadas para a vida toda. Sabe as habilidades comportamentais que o mercado tanto busca nos profissionais? Muitas delas são desenvolvidas quando somos crianças. Então, por que não incentivar a convivência consciente com o dinheiro na turminha de casa?
Neste post, reunimos algumas dicas sobre educação financeira infantil, para você não ter dificuldade em introduzir alguns conceitos desse universo na vida da família. Veja como lidar com crianças e dinheiro!
1. O cofrinho é um elemento importante
Em formato de porquinho, qualquer outro animal ou monumento, o cofrinho é parte da vida de muitas crianças. Na maioria das vezes, isso acontece porque ganham esse artigo de presente de aniversário ou por uma tentativa de os pais as ensinarem a guardar dinheiro. De toda forma, saiba que esse é o primeiro e, também, um grande passo na sua missão de ensinar educação financeira aos pequenos.
Com o cofrinho em mãos, explique qual é a finalidade dele. Além de ser um charme a mais na decoração, reforce a importância de preenchê-lo com moedas sempre que possível. Fale que esse dinheiro pode ajudá-los a conquistar alguns objetivos –– desde comprar aquele brinquedo que tanto querem até usá-lo em uma viagem em família.
Sabe algo curioso? Essa experiência pode ser uma das primeiras manifestações de autonomia que as crianças terão na vida, além de configurar um ponto de partida para diversas outras dicas que ainda veremos. Com isso, vem a responsabilidade, sendo importante também colocar algumas regras para o cofrinho. Afinal, retirar moedas antes da hora não é a melhor estratégia para recheá-lo, certo?
O legal é inserir o cofrinho na jogada desde a primeira infância. Por mais que os mais novos não entendam o que significa guardar dinheiro, já terão o hábito de caçar moedas pela casa e depositá-las naquele objeto. Mesmo que por diversão, é o primeiro passo, como vimos.
2. Falar sobre dinheiro não deve ser um tabu
O receio leva muitos pais a desconversarem quando as crianças fazem alguma pergunta relacionada ao dinheiro. Se você já saiu pela tangente, está na hora de mudar os hábitos. Elas são mais espertas do que podemos imaginar e podem sim aprender o significado de poupança, consumo consciente, reserva de emergência, entre outros conceitos.
Falar abertamente sobre isso mostra a elas confiança e impede que se tornem adultos que transformam a conversa em tabu. Por isso, vale dar explicações em uma linguagem que as crianças entendam e estar aberto para receber as dúvidas que surgirem. Seja natural e não perca a paciência tão fácil. Elas estão em um processo de aprendizagem!
3. Não se deve associar mesada aos estudos
Premiar boas notas com dinheiro? Melhor não! Isso porque essa prática pode se tornar insustentável no futuro. Seja qual for o tamanho, a criança precisa entender que os estudos são uma responsabilidade dela, necessária para que se desenvolva e consiga ter uma carreira um dia.
4. Contar com jogos financeiros é uma estratégia chamativa
Se tem uma coisa que as crianças adoram são os jogos. É por isso que eles são bons aliados na educação financeira infantil. O próprio Banco Imobiliário já é um começo para familiarizá-las com dinheiro. Aproveite as notinhas do tabuleiro para criar brincadeiras e leve o lúdico para a conversa.
Como entretenimento para as crianças, também existem outros jogos de tratam de mesada, empréstimo, administração de dinheiro e assim por diante. Se não quiser comprar algum deles, dá para reproduzir a ideia com uma dose de criatividade.
5. Relacionar o hábito de poupar com a realização de sonhos é válido
Pegando a ideia do cofrinho, reforce a ideia de que dinheiro guardado é uma boa forma de conquistar alguns objetivos de vida. Pode ser que os sonhos dessa criança não sejam muito concretizáveis no momento, mas, algum dia, serão. Estimule-a a pensar no que quer ser quando crescer, se pretende ter uma casa, fazer viagens etc. Explique a importância do dinheiro para tudo isso.
Além da realização de objetivos e sonhos, incentive o hábito de poupar para que não tenham dificuldades financeiras no futuro. Assim, vão conseguir manter o nome limpo e não cair em golpes com mais tranquilidade.
6. Estimular a doação é necessário
O adulto consciente não é só aquele que evita compras por impulso na internet e controla bem as contas. Além disso, ele entende que o acúmulo de bens não satisfaz necessariamente suas vontades e que não precisa de inúmeras peças de roupas, por exemplo. Com essa prática, você ajuda a incentivar as boas ações, que podem se tornar um hábito na vida dessa criança quando crescer.
7. O cartão de crédito também deve ser citado nas lições
Para muitas crianças, o cartão de crédito é um dispositivo mágico que compra tudo. Não tem dinheiro? Passe a compra nele! Então, é interessante desmistificar essa ideia e relacioná-la com ganhos e gastos. Assim como outras tantas responsabilidades, essa é uma das que os adultos precisam ficar de olho.
Dê o exemplo e, sempre que possível, evite o uso do cartão de crédito. Construa junto aos pequenos o hábito de guardar dinheiro para pagar as compras à vista em vez de adiar e parcelar. Você não só vai contribuir para que as crianças se tornem adultos conscientes e menos endividados, mas também colabora para manter as próprias finanças saudáveis.
8. Não se esqueça de ensinar a diferença entre necessário e supérfluo
Entre os conceitos importantes para que as crianças fiquem de olho é a diferença entre o necessário e o supérfluo. Para isso, ensine-as a fazerem algumas perguntas, que devem ser respondidas com sinceridade:
- Preciso mesmo disso?
- Pode esperar ou é urgente?
- Qual será o impacto se eu não comprar esse produto?
- Existe outra forma de atingir meu objetivo sem isso?
- O gasto pode ser evitado para não mexer no dinheiro guardado?
Essa prática vai tirar um pouco da ansiedade das crianças, fazendo-as pensar em como gastar o dinheiro. Só não categorize o supérfluo de uma forma muito radical, de modo que elas se sintam envergonhadas toda vez que comprarem um doce, por exemplo. Explique que o necessário sempre deve vir na frente e não há como evitá-lo, enquanto o resto pode esperar.
Crianças e dinheiro não só cabem na mesma frase como são a base para a educação financeira. Essas dicas, brincadeiras e lições dadas aos pequenos a cada dia podem fazer toda a diferença no futuro, quando se tornarem adultos. Assim, vão se lembrar do valor desse recurso e têm mais chances de ficar longe das complicações.
As informações deste post foram úteis para você? Então, ajude outros pais com a educação financeira de seus filhos. Compartilhe o texto com seus contatos nas redes sociais!