Enquanto existem aquelas que acham que dinheiro é tabu, outras têm bastante dificuldade em controlar o orçamento e conseguir deixar tudo azul no final do mês. Ainda temos um terceiro grupo que consiste naquelas pessoas que não fazem controle algum, mas têm as contas em dia — o que não deixa de ser arriscado, não é?
Independentemente de qual seja o seu perfil, controlar o orçamento é um aspecto fundamental para garantir a sua saúde financeira (e de toda a família, se for o caso). É assim que se consegue planejar e alcançar as metas, além de fugir de situações de aperto.
Pensando nisso, resolvemos elaborar um conteúdo bem completo sobre o assunto e ajudar você a se organizar melhor. Quer descobrir por que é tão importante saber mais sobre finanças pessoais e como colocar essa tarefa em prática? Então, continue conosco e aprenda um pouco sobre o assunto agora mesmo!
O que é a gestão das finanças pessoais?
Assim como acontece em uma empresa, nós temos rotinas que envolvem a entrada e a saída de dinheiro. As entradas incluem os salários, a renda extra e, até mesmo, os rendimentos de algum investimento financeiro, por exemplo. Já as saídas estão relacionadas ao pagamento das contas de casa, compras, dívidas passeios e qualquer outra coisa que envolva gastos.
O que acontece se os seus gastos extrapolarem os ganhos? A conta entra no vermelho e você passa a ter problemas para conseguir honrar todos os compromissos em dia — a menos que consiga realizar atividades alternativas e gerar uma renda adicional.
Para evitar situações como essa é que existe a chamada gestão das finanças pessoais. Ela envolve a organização desse fluxo de dinheiro e o acompanhamento das contas a pagar (incluindo o valor e a data para pagamento).
O objetivo é evitar perder o controle sobre os gastos — o maior responsável pela inadimplência e inclusão dos nomes dos devedores nos cadastros de restrição — e melhorar a saúde financeira.
Por que aprender mais sobre finanças pessoais?
Fazendo outro comparativo com o meio corporativo, existe um ditado na área de administração que fala que "não se gerencia o que não se controla". Trazendo para a realidade das finanças pessoais, ele também é válido e significa que, dificilmente, você vai conseguir fazer uma boa gestão do seu dinheiro se não acompanhar e saber como ele é gasto.
Ainda assim, você não se convenceu da importância de manter essa organização? Não tem problema. Nós mostramos mais alguns outros motivos valiosos pelos quais é necessário se movimentar para colocar essa tarefa em prática.
Ter um controle sobre o próprio dinheiro
Ter dinheiro é muito bom e, provavelmente, poucas pessoas discordam dessa afirmação. Porém, de que adianta ter e não conseguir se organizar e alcançar as suas metas pessoais? É aí que as frustrações e preocupações começam a surgir.
Então, por menor que sejam seus ganhos ou gastos, fazer a gestão das finanças pessoais permite que você tenha um controle maior sobre tudo que entra e sai da sua carteira (ou na conta bancária).
A partir daí, você fica mais ciente do seu perfil de gastos, sabe quanto ainda tem disponível, quando é o momento de segurar um pouco as compras e inclusive quando surge a necessidade de fazer alguns ajustes na rotina.
A maior vantagem disso é que você passa a entender melhor se realmente é possível manter o custo de vida com os rendimentos atuais ou se é melhor dar um passo para trás e diminuir alguns custos supérfluos.
Aprender a investir
Começar a aprender mais sobre questões financeiras é um caminho sem volta. Você começa hoje aprendendo a organizar o seu dinheiro e, daqui a um tempinho, já está estudando sobre investimentos financeiros e fazendo uma excelente gestão do seu patrimônio.
O que isso quer dizer? Que, ao conhecer as alternativas e o retorno que elas podem trazer, você verá que não existe só a poupança para guardar dinheiro. E, assim, continua ampliando os seus conhecimentos e tendo um embasamento cada vez mais sólido para tomar as decisões mais acertadas.
Ter uma reserva para emergências
A reserva de emergência é aquele dinheiro que fica guardado para os momentos em que algum imprevisto ou emergência surge e você precisa de reforço financeiro. Isso inclui:
- o carro quebrou e você precisa dele para trabalhar;
- alguém adoeceu e precisa fazer algum tratamento ou comprar medicamento;
- o pet precisou ser levado ao veterinário por algum motivo.
É ela que dá uma segurança maior de saber que você vai passar por essas situações com uma preocupação a menos — principalmente por não ter que se endividar para resolvê-las. Esse é um passo inevitável para quem quer aprender a controlar as finanças pessoais e busca ter um pouco mais de tranquilidade.
Ter uma aposentadoria tranquila
Já pensou em chegar a certa idade com uma aposentadoria satisfatória e podendo viajar ou fazer o que gosta com tranquilidade? A gestão financeira pessoal também é focada nisso e não apenas em questões de curto e médio prazo. Nesse caso, você se organiza (fazendo investimentos, por exemplo) pensando lá na frente e em ter uma vida mais confortável.
Se você poupar todos os meses, de forma consistente, é bem provável que possa até se aposentar mais cedo e viver com o que foi guardado. Dependendo das quantias que consegue economizar mensalmente e do período em que isso é feito, existem chances de que se alcance a liberdade financeira e tenha um retorno bem satisfatório quando estiver mais velho.
Conseguir comprar o que deseja
Ao controlar os seus ganhos e gastos, você passa a visualizar o orçamento de uma forma mais objetiva e sabe exatamente quando e como poderá comprar o que deseja, sem que corra o risco de se endividar — não conseguindo arcar com o valor das parcelas mais todo o custo de vida mensal que você já tem.
Dessa forma, todas as suas decisões passam a ser bem tomadas, consultando os controles e avaliando se realmente é o momento certo de fazer a aquisição.
Outra grande vantagem de controlar o orçamento pessoal está justamente nesse autocontrole que é desenvolvido. Ao entender melhor o seu perfil de gastos e todas as possibilidades que se tem quando coloca em prática o hábito de poupar, menores são as chances de comprar por impulso.
Não fazer muitas dívidas
Por falar em endividamento, outra grande razão para controlar as suas finanças pessoais é a possibilidade de fugir dessa situação. Melhorando a organização, evita-se uma série de problemas como as compras por impulso em ocasiões que não são adequadas.
Com isso, você sempre passa a se perguntar:
- Eu preciso mesmo disso?
- Tenho condições de pagar sem comprometer o orçamento?
- Isso pode ser comprado em outra hora?
E, assim, consegue-se fugir daquelas situações em que a aquisição só é feita pelo calor do momento (o que pode gerar arrependimento posteriormente), principalmente quando se trata de uma liquidação. Também permite que você se organize melhor, ponderando as opções, buscando promoções e, em alguns casos, pagando um preço mais atraente que o inicial.
Por que envolver a família nas finanças pessoais?
Se você vive com outras pessoas e tem o orçamento compartilhado, é importante que elas também participem dessa gestão do orçamento familiar. Afinal, o seu esforço pode ir por água abaixo se houver certo descontrole dos demais ou as decisões não forem compartilhadas.
Dessa forma, para que tudo dê certo, é necessário que todos aprendam a acompanhar e controlar o orçamento familiar. A grande vantagem disso é que todos passam a mudar o pensamento e a sua relação com o dinheiro, tomando decisões mais acertadas e seguras, além de evitar situações complicadas.
Para que essa tarefa se torne possível, separamos algumas dicas que podem ajudar a colocá-la em prática e incorporá-la à rotina de todos os envolvidos. Veja quais são elas nos tópicos a seguir.
Acabe com o tabu de falar sobre dinheiro
É bem natural que algumas pessoas sintam certo desconforto na hora de falar sobre dinheiro, como se isso fosse algo ruim ou proibido. Porém, é o contrário: ter uma conversa bem aberta ajuda a evitar muitos problemas — entre eles os gastos excessivos.
Por isso, comece abrindo a comunicação e mostrando a importância de o esforço ser conjunto e como todos podem se beneficiar com essa organização (que você já conheceu ali em cima).
Já imaginou os problemas que uma pessoa sem muito conhecimento pode trazer para todo o planejamento? Mesmo que todas as outras estejam empenhadas e fazendo tudo da maneira adequada, um perfil que tem como característica os gastos impulsivos e a falta de controle, por exemplo, pode minar todos os esforços que vão sendo adotados.
Tudo isso pode ser resolvido com uma conversa bem sincera, mostrando como as coisas podem se tornar ainda melhores se as finanças pessoais estão sempre em dia.
Crie controles que todos podem acompanhar
Como a gestão das finanças pessoais demanda um bom planejamento, você vai precisar de um controle para acompanhar a evolução dos gastos e entender como eles comprometem os recebimentos. O ideal é que ele possa ser acessado por todos os envolvidos, que podem fazer anotações, registros e ajudar a monitorar o orçamento.
Adote uma rotina para esses controles
O ideal é que todos anotem todos os gastos que forem sendo realizados ao longo dos dias. Porém, vale a pena criar uma rotina só para atualizar e avaliar essas informações. Isso pode ser feito em um dia específico da semana (um sábado à tarde, por exemplo).
Dessa forma, evita-se divergências e dificuldades na hora de se lembrar como gastou determinada quantia há 20 dias, por exemplo.
Além disso, fazer essa atividade de forma compartilhada é uma forma bem eficaz de mostrar para as pessoas os resultados que estão sendo obtidos ao longo do tempo — e isso pode dar uma motivação extra para seguir com o planejamento que foi estabelecido.
Tenham objetivos em comum
Uma coisa que facilita bastante o envolvimento da família na organização financeira é a criação de objetivos em comum. Que tal fazer uma viagem? Ou trocar de carro? Independentemente da escolha feita, isso é uma maneira de aumentar a motivação e manter todo mundo engajado.
Ressalte a importância de manter a disciplina
Por fim, você também precisa mostrar a importância de manter a disciplina e mostrar essa organização como um projeto perene. Afinal, se você começa agora e diminui o ritmo (ou para) daqui a um ano, por exemplo, todo o esforço será perdido, voltando à estaca zero.
Assim sendo, todos precisam estar cientes de que o controle do orçamento familiar é algo que será sempre feito. Mas não se preocupe. Com o tempo, fica mais fácil incorporar essa rotina no dia a dia e tudo flui de maneira mais simples e automática.
Como manter as finanças pessoais em dia?
Agora que você já sabe um pouco mais sobre as finanças pessoais, que tal aprender um pouco mais sobre a organização financeira? Nos próximos tópicos, mostramos algumas dicas que são essenciais para manter as o orçamento familiar no azul e garantir a saúde financeira da sua casa.
Definir metas
Você pode começar a sua organização financeira definindo metas e prazos para que elas sejam alcançadas. Entre as opções, estão:
- começar ou voltar aos estudos;
- fazer uma viagem;
- ter uma boa aposentadoria;
- alcançar a independência financeira.
É importante que você estabeleça o período de tempo em que cada uma delas seja realizada, visto que isso ajuda a melhorar o seu planejamento. Assim, se você determina que quer viajar para um lugar cujo custo total será de R$10.000,00 e que ela será programada para 1 ano, saberá que precisa economizar aproximadamente R$830,00 por mês para chegar ao objetivo, por exemplo.
Essa é a fase em que parte do plano financeiro será criado. Posteriormente, ele será complementado com a definição das mudanças que precisam ser realizadas e das metas de economia.
Utilizar algum método de controle
Você pode usar desde planilhas mais simples até aplicativos mais completos ou, caso funcione melhor sem o auxílio da tecnologia, pode ter um caderninho próprio para essas anotações.
O importante é encontrar o método que seja mais adequado às suas necessidades e útil para os seus controles. Afinal de contas, você precisa de uma ferramenta com a qual se dá bem para dar prosseguimento ao controle — tarefa que se torna bem mais difícil se você escolhe uma ferramenta com a qual não tem muita familiaridade ou não atende às suas necessidades.
Registrar todas as movimentações
Partindo para a parte prática do controle do orçamento familiar, é o momento de criar o hábito de registrar todos os gastos que são feitos ao longo dos dias. Isso ajuda bastante a ter uma visão de como eles impactam as receitas e, principalmente, quanto ainda tem na conta para durar até a próxima data de recebimento.
O ideal é que eles sejam separados em categorias, como:
- casa (aluguel, energia elétrica, água, internet, compra do mês, TV a cabo etc.);
- lazer (bares, restaurantes, cinemas e passeios);
- dívidas (prestações de compras que ainda estão em andamento);
- impostos (Imposto de Renda, IPTU e IPVA, por exemplo);
- transporte (ônibus, Uber e gasolina).
Com essa divisão, você pode, todos os meses, fazer um comparativo do percentual que cada uma dessas categorias tem sobre as receitas da família.
Revisar os gastos e diminuir os supérfluos
Agora que você já conhece bem o perfil de gastos da família, fica mais fácil identificar quais são os mais essenciais e os supérfluos. No segundo caso, pode-se começar a pensar em maneiras de reduzi-los e aproveitar melhor o dinheiro disponível.
Contudo, veja bem: não precisa ser radical, cortar tudo e perder os pequenos prazeres que melhoram a sua vida. Assim, basta equilibrar. Em vez de comer fora todos os finais de semana, vocês podem investir mais em cozinhar em casa, deixando essa prática apenas para algumas ocasiões — como bônus, as relações familiares podem se tornar ainda mais próximas.
Da mesma forma, você precisa mesmo pagar uma quantia considerável em um plano de TV a cabo sendo que nem assiste muito à televisão?
Então, esse momento é usado para rever todo o seu orçamento e avaliar algumas melhorias que podem ser feitas sem ter que, necessariamente, sacrificar a qualidade de vida de todos em casa.
Criar a reserva de emergência
Como dito, é a reserva de emergência (RE) que vai dar segurança para os momentos inesperados que demandam algum gasto extra. É devido a isso que não se pode negligenciar esse passo na hora de fazer o seu planejamento financeiro e a organização do orçamento pessoal.
Se você trabalha em regime de CLT ou tem alguma outra fonte de renda mais estável, precisa montar a sua RE com base no seu custo de vida mensal equivalente aos últimos seis meses. Com isso, se perder o emprego (ou acontecer qualquer outra situação que gere a perda dessa renda), conseguirá se manter tranquilamente durante metade do ano.
Para exemplificar melhor, vamos supor que o seu custo de vida gira em torno de R$3.000,00 mensais. Logo:
Reserva de emergência = 3.000 x 6 = R$18.000,00.
Por outro lado, se você é autônomo ou profissional liberal, a recomendação é de que a sua RE seja equivalente a 12 meses do custo de vida. Usando o exemplo acima, o montante teria que chegar a R$36.000,00.
Vale destacar que ela não deve ser usada em situações que podem esperar e serem planejadas, como:
- trocar o celular e pegar o lançamento;
- comprar presentes para os entes queridos em datas comemorativas;
- fazer aquele passeio que surgiu em cima da hora;
- comprar um carro melhor.
Além disso, não se esqueça de que toda vez que parte da reserva for utilizada, será necessário fazer a reposição, voltando ao valor original.
Começar a poupar
Agora que a reserva de emergência já está formada, é o momento de começar a fazer economias para alcançar as metas que foram estabelecidas lá na fase de planejamento. Para isso, será necessário fazer as divisões para cada uma delas. Os valores podem ser distribuídos igualmente, ou serem desmembrados de acordo com o grau de importância ou urgência.
Evitar o uso de cartão de crédito de forma indiscriminada
O cartão de crédito é um excelente recurso. Contudo, o maior problema dele é a sensação grande de poder de compra que ele transmite. Aí, é que entra o problema para algumas pessoas, já que o uso indiscriminado pode acarretar o endividamento e o chamado efeito "bola de neve".
Devido a isso, é aconselhável que ele seja utilizado apenas em momentos de necessidade ou em compras de produtos e serviços com valores mais altos — e que necessitam de parcelamento.
Entretanto, se você o utiliza com o objetivo de obter pontuação e trocá-la por benefícios, o discurso é um pouco diferente. Nesse caso, só é necessário ter o cuidado de evitar gastar além do que se pode pagar.
Estudar e fazer investimentos
Depois que as finanças pessoais estão devidamente controladas, é o momento de começar a estudar sobre os investimentos financeiros disponíveis no mercado. Existem diversas opções tão seguras quanto a poupança, mas que oferecem rentabilidades mais satisfatórias.
Porém, se o seu perfil é de aceitar correr mais riscos em troca de retornos ainda maiores, há alternativas muito boas — como é o caso das Ações e dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs).
O importante é avaliar todas as possibilidades e conseguir bons rendimentos e fazer os juros compostos trabalharem a seu favor.
Acompanhar o seu desempenho
De tempos em tempos, vale a pena checar o seu desempenho e os resultados alcançados com todas as mudanças que foram implementadas na rotina. Pode ser que algumas melhorias ainda precisem ser feitas ou que você perceba que a situação atual já alcançou uma condição satisfatória.
Aprender sobre finanças pessoais é uma estratégia que só traz benefícios para o orçamento pessoal familiar e para o futuro. Como você pôde ver, existem diversas ações que podem ser adotadas no dia a dia para alcançar esse objetivo e ter mais controle sobre o dinheiro.
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