Existem vários tipos de investimentos de renda fixa, como por exemplo, os fundos DI. Eles podem ser uma ótima opção para quem deseja um rendimento potencial mais alto do que o da poupança e sem correr muitos riscos adicionais.
Mas é essencial entender mais sobre o seu funcionamento antes de investir. Por isso, o BV preparou um conteúdo completo com tudo o que você precisa saber sobre o que é o fundo referenciado DI e como funciona esse fundo. Acompanhe!
Afinal, o que são fundos de investimento?
Os fundos de investimento reúnem de um lado os recursos de diversas pessoas, com os chamados cotistas que são como donos desses fundos e interessados em rentabilizar suas economias, assim como você.
Do outro lado temos uma gestora que utiliza os recursos investidos pelos cotistas e decide quais ativos financeiros comprar, dependendo das características de cada fundo. Ou seja, você permite que gestores profissionais invistam seu dinheiro e estes posteriormente lhe repassem os lucros e rentabilidade dessas aplicações.
Os fundos de investimento seguem regras rígidas e possuem uma série de obrigações que são definidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e também por auto-reguladores como a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) que definem os padrões e informações que precisam ser seguidas e fornecidas pelos participantes do mercado de fundos de investimentos.
O que são fundos DI?
Um fundo renda fixa referenciado DI ou fundos DI é considerado seguro e conservador em razão dos ativos que geralmente são investidos. Embora exista risco ao se investir nessa categoria, ele é baixo, pois, usualmente, a maior parte dos recursos são investidos em títulos públicos com rendimento indexado à Selic, que são mais seguros.
Você pode encontrar fundos DI de renda fixa em diversas plataformas de investimentos.
Como os fundos DI funcionam?
O fundo DI é um fundo que compra pelo menos 95% do seu patrimônio em ativos que acompanhem o índice de referência CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Ele, usualmente, busca trazer retornos em torno de 100% do CDI.
Um fundo DI precisa, necessariamente, investir pelo menos 80% do seu patrimônio em títulos públicos federais, podendo também aplicar uma parcela em títulos privados de baixo risco, enquanto um fundo DI simples possui os mesmos títulos, mas com uma concentração maior de 95%.
O CDI caminha lado a lado com a taxa básica de juros da economia, a SELIC, e é usado como referência para uma série de fundos, em especial os de renda fixa, além de outras operações pós-fixadas no mercado financeiro.
Em outras palavras: seu rendimento está sujeito a mudanças na taxa Selic. Se essa taxa sobe, o retorno do fundo será maior, se ela cair, o retorno será menor. Além disso, os fundos DI têm características específicas no que diz respeito à rentabilidade, liquidez, custos e tributação.
Confira:
Rentabilidade
Como visto, num fundo referenciado DI você é remunerado diariamente a uma taxa muito próxima ao CDI do dia, descontada a taxa de administração e eventuais oscilações no valor dos títulos.
Isso significa que não existe uma “data de aniversário mensal” como na caderneta de poupança. O rendimento é diário e depende do período em dias úteis em que os recursos foram investidos.
Assim, se você aplicar hoje no fundo DI e resgatar amanhã, receberá os juros equivalentes ao período que ficou investido, isto é, 1 (um) dia útil descontados eventuais impostos incidentes sobre a rentabilidade.
Liquidez
Essa modalidade de investimento pode ter um prazo de resgate mais curto em comparação com outros fundos. Por conta disso, os fundos DI costumam ser indicados para quem deseja criar uma reserva de emergência e aguardar por alguma oportunidade no futuro, ou seja, precisa de liquidez rápida.
No entanto, é essencial conhecer os prazos de resgate do fundo DI que você planeja investir. Por isso, busque informações no regulamento do fundo, como a data de conversão (a data do cálculo do valor de cotas para o pagamento do resgate) e de pagamento (quando o valor estará disponível na sua conta).
Tributação
Além da taxa de administração e outros custos operacionais, no fundo DI, existe a cobrança de impostos sobre a rentabilidade.
O primeiro imposto e mais lembrado é o Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos. Nesse caso, as alíquotas seguem a tabela regressiva do IR no caso de fundos enquadrados como longo prazo: quanto mais tempo você deixa seus recursos no fundo, menor será a alíquota de IR.
Vale destacar que nos fundos DI abertos o recolhimento do Imposto de Renda acontece de forma periódica por meio do come-cotas. Ou seja, duas vezes por ano, nos meses de maio e novembro, é feita uma tributação automática sobre os ganhos apurados pelo investidor.
Por fim, caso o resgate seja feito antes de 30 dias, esses fundos também podem sofrer a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Fundos DI: vantagens e desvantagens
Antes de investir em fundos DI, você precisa levar em conta todas as vantagens e desvantagens de escolher esse tipo de investimento.
Vantagens
A principal vantagem do fundo DI costuma ser o baixo risco. Como são constituídos por papéis pós-fixados emitidos pelo governo ou por grandes bancos e empresas, essas carteiras podem ser consideradas menos voláteis e mais seguras.
Além disso, esse tipo de fundo geralmente apresenta uma taxa de administração, assim como demais custos, relativamente baixos.
Outro ponto positivo é sua liquidez, ou seja, você não precisa se preocupar em ficar preso a um investimento por muito tempo, caso surja uma oportunidade melhor. Geralmente, o prazo de resgate dos recursos é curto. Por conta dessa característica, os fundos DI costumam ser indicados para reserva de emergência, visto que podem ser resgatados facilmente e rapidamente num curto intervalo de tempo.
Por fim, esse ativo pode ser acessível ao bolso de diversos tipos de investidores. É possível encontrar fundos com valores iniciais de aplicação a partir de R$100,00. Sendo assim, você pode começar a investir com um baixo valor e, conforme ganha experiência, ficar mais à vontade para aumentar os recursos.
Desvantagens
Os fundos DI não possuem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que pode assegurar até R$ 250 mil por CPF, caso algum título de uma instituição financeira investida pelo fundo venha a apresentar problema de crédito.
Nesse contexto, eles podem ser menos seguros do que outros investimentos de renda fixa, como títulos do Tesouro Nacional.
Além disso, os custos do come-cotas, taxa de administração e IOF podem ser um entrave para o rendimento do fundo dependendo do prazo do investimento. Dessa maneira, para o investimento se tornar vantajoso, a dica é buscar um fundo DI com taxa de administração baixa, alinhado com um prazo de investimento de pelo menos 30 dias.
Seja qual for sua escolha, é importante lembrar que cada caso é um caso. Então, é sempre bom conversar com um especialista para ter certeza de que está tomando a melhor decisão para você.
Além disso, lembre-se sempre de analisar as condições do mercado antes de tomar qualquer decisão!