Estão surgindo cada vez mais maneiras para resolver vários dos problemas energéticos do mundo. Por causa disso, novas maneiras de explorar esse potencial estão surgindo atualmente em diversos lugares do mundo. Um exemplo interessante são as usinas solares flutuantes.
Instaladas em países como Japão, China, França, Coréia do Sul e aqui no Brasil, elas tem muito potencial energético. Inclusive, a geração de energia solar só aumenta, como exemplo disso, o Brasil bateu recorde de expansão da energia solar em 2023, tornando-se uma referência internacional com a sua matriz elétrica de fontes renováveis.
Em muitos casos, especialmente os domésticos, a unidade consumidora também é geradora. No entanto, em muitos outros, é necessário ter um sistema mais centralizado. É aí que as usinas solares flutuantes aparecem com destaque. Quer saber mais sobre elas? Então, siga a leitura deste artigo!
O que é uma usina solar flutuante?
Como o nome já indica, é um complexo gerador de energia solar instalado sobre a superfície da água. Normalmente, essa estrutura é montada em lagos, lagoas e fiordes por serem grandes espaços de água com pouco movimento.
No entanto, uma tendência recente é a de instalar essa tecnologia nas represas de usinas hidrelétricas. Assim, dá para aproveitar não só a água, mas também a estrutura de distribuição da energia gerada. Inteligente, né?
Este é um tipo de geração de energia tão proeminente que, segundo estimativas divulgadas pela Wood Mackenzie, o mercado global de energia solar flutuante pode dobrar até 2031, ultrapassando os 6 GW de potência.
Como esse tipo de usina funciona?
O primeiro passo para instalar uma usina do tipo é montar uma estrutura de flutuadores. Eles podem ser puros (feitos com plástico reforçado com fibra de vidro) ou ter suportes de metal (a base é de plástico, mas conta com uma estrutura de metal para fixar a placa fotovoltaica).
Esses flutuadores precisam ser muito resistentes, porque uma única placa fotovoltaica pesa até 25 quilos. Depois que os painéis estão instalados e que os flutuadores estão todos conectados, a estrutura completa em si é ancorada no local.
Isso é feito por meio de linhas de amarração. Elas são planejadas com antecedência para acomodar tensões que possam surgir, além de variações no nível da água no local. Essa estrutura flutuante é então ancorada à margem do corpo d'água em que está instalada, ao fundo do local ou em ambos os lugares, dependendo de cada projeto.
Quais são as 5 principais usinas flutuantes?
Agora que você já entendeu o que são as usinas solares flutuantes, é hora de ver alguns exemplos de instalações reais que já estão operando por aí. Tem até uma que é no Brasil, sabia? Siga a leitura para descobrir!
1. Kyocera Floating Solar Plant (Japão)
Essa usina é uma das maiores existentes atualmente, capaz de produzir 13,7 megawatts. Está instalada em uma represa na cidade de Ichihara, no Japão, e é gerenciada pela Kyocera. No total, a usina conta com a média de 50 mil painéis solares, o que geraria energia o suficiente para cerca de 4 mil casas da região.. A energia é vendida para a distribuidora de energia elétrica local, atendendo à comunidade em que a represa está instalada.
2. O’MEGA1 (França)
Trata-se de uma usina solar flutuante instalada em Piolenc, uma cidade na França com cerca de 5.000 habitantes. Toda a energia elétrica consumida pelos habitantes é gerada por essa usina, que é gerenciada pela Akuo Energy.
No total, o projeto gera ao redor de 22 megawatts usando mais de 47 mil painéis solares. Ela está instalada em um lago que foi feito no terreno de uma antiga mina local. Anualmente, é um dos projetos mais importantes em termos de sustentabilidade, pois economiza mais de 1000 toneladas de CO2 por ano.
3. Usina Solar Flutuante de Sobradinho (Bahia, Brasil)
A Usina Solar Flutuante de Sobradinho, construída pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), foi inaugurada em 2019 e conta com a estrutura de 18 mil painéis solares flutuantes e tem capacidade instalada de 12,5 megawatts, o suficiente para de 10 mil residências.
Além disso, a usina solar flutuante de Sobradinho é considerada uma das maiores usinas solares flutuantes da América Latina.
4. Hapcheon Dam (Coréia do Sul)
Com a média de 92 mil painéis solares flutuantes, a usina em Hapcheon, na Coréia do Sul, é capaz de gerar 41,5 megawatts de energia renovável. Desde a sua inauguração, em 2022, ela é a maior usina solar flutuante do país.
Em sua potência máxima de produção, a usina pode fornecer energia solar para mais de 60 mil pessoas (que é mais do que a população de Hapcheon, que tem 44 mil).
Além disso, outro fator que chama atenção é que a usina é será composta por vários módulos no formato de flores de Umê espalhadas pela represa, uma árvore típica da região.
5. Usina de Huainan (China)
Outra usina que é uma das principais no mundo é a de Huainan. Ela tem capacidade de produzir 40 megawatts de energia por ano e é instalada numa área inundada que tem profundidade de água entre 4 e 10 metros.
Quais são os impactos e vantagens desse tipo de usina?
As usinas solares flutuantes contam com várias vantagens, além da óbvia produção de energia barata, limpa e renovável. Veja a seguir:
- diminuem a temperatura da água, impedindo a proliferação de algas;
- reduzem a evaporação da água ao diminuir sua temperatura — em alguns projetos, até 70% do volume;
- liberam o uso da terra para outras ações sustentáveis, especialmente em lugares onde é mais escassa;
- como a água resfria o sistema, têm uma melhora na eficiência energética;
- permitem a aplicação do tracking (rastreamento), tecnologia que movimenta a placa com base na posição do Sol. Assim, sempre produzem o máximo possível.
Pronto! Agora você já sabe mais sobre usinas solares flutuantes e pode comentar com seus amigos. No entanto, lembre-se de que esse tipo de tecnologia não é muito indicado para o uso doméstico. Mesmo que você tenha uma propriedade com um corpo d’água, como um lago, o melhor é instalar as placas no telhado da sua casa. As usinas flutuantes são apenas para a geração em massa de energia, ok?
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