Algumas precauções ajudam tanto o comprador quanto o vendedor a não terem problemas futuros com o carro
Se você está pensando em comprar carro particular, saiba que existem alguns cuidados que precisa tomar para não ter problemas depois de fechar o negócio. Caso contrário, ele poderá deixar você na mão quando menos esperar, sem falar na possibilidade de descobrir irregularidades ligadas ao veículo.
Para você não ter esse tipo de problema e ainda realizar uma compra tranquila e sem sustos, preparamos quatro dicas sobre o que fazer na hora de comprar carro direto com o proprietário. Quer saber quais são elas? Continue lendo e descubra!
É melhor comprar carro usado de uma loja ou de pessoa física?
Isso pode variar caso a caso. Ambas as opções possuem seus prós e contras, então é preciso que defina os pontos importantes para você e, depois disso, que coloque na balança aspectos como:
- se quer ter mais opções para escolher;
- se prefere ter uma margem maior para negociar;
- garantia para o veículo;
- tempo disponível para checar o carro e negociar;
7 cuidados para comprar carro particular
Agora que já sabe algumas coisas que precisa considerar, confira abaixo os 7 cuidados que você precisa ter para comprar carro particular com segurança!
1. Cheque a documentação ao comprar carro direto com o proprietário
Lembre-se de verificar todos os documentos importantes do carro, sendo eles:
- veja se o vendedor preencheu a Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV-e) com o valor do carro, a sua assinatura e outras informações necessárias;
- lembre-se de que é importante que você, como comprador, tenha os seus dados preenchidos nessa autorização. Aliás, ela fica no verso do Certificado de Registro de Veículo (CRV-e), antigamente conhecido como Documento Único para Transferência (DUT). Esse documento é recebido ao comprar o carro, sendo importante que fique guardado na sua residência;
- após o preenchimento desse documento, verifique se o vendedor reconheceu a firma em cartório. Além do mais, é importante para ele ter uma cópia autenticada para comprovar que o carro foi vendido;
- encaminhe também uma cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, com assinatura e data, para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em até 30 dias. Isso é exigido legalmente, estando definido no art.123 do Código de Trânsito Brasileiro;
- verifique os demais documentos exigidos pelo Detran de seu estado, bem como as taxas que precisam ser pagas. Além disso, é preciso levar o carro para uma vistoria, que é feita pelo Detran ou por uma organização credenciada e indicada por ele.
Os processos acima não só protegem o comprador, como também o vendedor do carro, pois a documentação em dia valida a transferência. Isso evita que ele possa ser responsabilizado por multas, infrações, débitos (como IPVAs atrasados), entre outros problemas que foram feitos após a venda, ou seja, que são de responsabilidade do comprador. Caso não tenha tanto tempo livre, você ainda pode contratar um despachante para ajudar com essa parte mais burocrática.
2. Solicite o histórico do veículo
Essa dica complementa a de cima porque a documentação ajuda a entender o histórico do carro, mas você também precisa fazer umas consultas por fora. Para começar, veja se ele não tem pendências (multas, infrações) em órgãos de trânsito, como em Detrans.
Aliás, no site dos Detrans, dá para conferir algumas informações valiosas, como a veracidade de placas, multas a pagar, se determinado carro é roubado etc. Confira também se a identificação da placa, do chassi e dos vidros é igual ao que consta nos documentos do carro.
3. Verifique se o preço está dentro da média do mercado
Para não pagar mais do que a média do preço do carro em questão, lembre-se de checar a Tabela Fipe e a Tabela Molicar. Elas reúnem as médias praticadas na venda tanto de carros novos quanto dos usados. Se o valor estiver muito acima do que consta nessas tabelas, pergunte ao vendedor o motivo disso. Pode ser que ele tenha feito melhorias e incrementado o carro.
Por outro lado, é importante desconfiar se o preço do carro for muito baixo, pois pode ter algum problema de documentação em seu histórico. Também pode ter a ver com o estado de conservação do carro, o que nos leva à próxima dica.
4. Avalie as condições do carro
Lembre-se de verificar a situação do carro, de modo a identificar se ele já se envolveu em acidentes graves, já enfrentou enchentes ou incêndios internos. Para tanto, observe:
- se ele apresenta lama, lodo ou alguma sujeira que pode ser de uma enchente. Veja os cantos mais escondidos e de difícil higienização, pois lá elas esses itens tendem a permanecer;
- se há sachês ou outros produtos de odorização no carro, pois podem esconder algum cheiro que denuncie algo de errado;
- se existe a palavra “sinistrado” em seu documento, o que é uma obrigação imposta pelo Detran para carros que sofreram acidentes mais graves;
- se a pintura apresenta falhas ou mudanças de tom que indicam batidas ou outros tipos de acidentes ocorridos;
- se a pintura é completa e nova, especialmente em carros mais antigos. Isso porque um modelo assim dificilmente terá uma tintura coesa e uniforme, de modo que se isso acontecer, pode ser sinal de que ele foi pintado. Nesse caso, alguns defeitos podem ser ocultados pela pintura nova;
- se o carpete, o estofamento, o cinto ou outra parte está mofado. Isso pode indicar que ele passou por uma enchente;
- se existem diferenças assimétricas entre para-choques, portas, faróis etc. que podem indicar batidas, desajustes ou outro problema no carro;
- se o barulho da lataria é diferente do resto em alguns pontos. Ao dar pancadas leve em um ponto que sofreu colisão, é possível perceber algo de diferente que denuncie o impacto sofrido;
- se o veículo funciona adequadamente e não apresenta problemas que possam dificultar a sua condução. Para tanto, não se esqueça de fazer um test drive de longa duração, para “sentir” se está tudo bem com o carro.
5. Leve o veículo para ser avaliado por um mecânico
Outra ação que ajuda a prevenir dores de cabeça, é pedir ao dono autorização para levar o carro a um mecânico de sua confiança para que ele avalie a condição física de modo aprofundado. Assim, ele poderá identificar pontos de atenção que você pode ter deixado passar.
6. Você pode fazer um contrato e registre em cartório
Depois de achar o carro ideal, que esteja dentro do valor que você pode pagar e em boas condições de conservação, faça um contrato contendo as especificidades do pagamento, entrega e transferência, a fim de garantir mais segurança para a negociação e dificultar um golpe.
Lembre-se que para o contrato ter ainda mais peso, é importante registrá-lo em um cartório. Para esse passo, você também pode pedir ajuda de um advogado especialista para redigir o documento.
7. Cuidado na hora do pagamento
A etapa de pagamento é uma das horas mais delicadas para quem quer comprar carro particular, não é mesmo? O primeiro ponto de atenção é se o vendedor enviar uma conta de outra pessoa para o pagamento. Evite essa situação, pois o ideal é manter toda a negociação entre você e o dono do veículo.
Além disso, não realize o depósito ou transferência sem ter uma garantia concreta de que irá receber o carro. Para que a venda seja segura, para ambos os lados, é fundamental estabelecer um meio para a entrega do veículo e pagamento para que os envolvidos sintam-se protegidos.
Os cuidados apresentados acima são essenciais para quem quer comprar um carro direto com o proprietário sem ter problemas depois. Eles ajudam você a fechar negócio com mais segurança e também permitem que consiga um carro de boa procedência. Aliás, futuramente, você também poderá vender ele sem ficar com receio de que o seu passado possa prejudicá-lo.
Quem vende carro particular tem que dar garantia?
Não, pois as transações de venda entre pessoas físicas não se enquadram como relações de consumo e, por isso, o Código de Defesa do Consumidor não se aplica. Sendo assim, a não ser que seja feito um acordo com o proprietário ou tenha uma cláusula prevista no contrato, ao comprar carro particular você não terá garantia.
No entanto, se você for comprar um carro usado de uma loja, a mesma precisa dar a garantia de 90 dias para o automóvel, segundo o artigo 26, inciso II da Lei n° 8078 do Código de Defesa do Consumidor.
Você já sabe como comprar carro particular com segurança, mas ainda precisa de ajuda com o pagamento? Confira abaixo se é possível financiar um carro que você compra direto com o proprietário.
É possível financiar um carro particular?
Sim, é possível financiar um carro particular. Inclusive, o banco BV é uma das principais instituições quando falamos de financiamento de veículos, por isso vale a pena você fazer uma simulação para entender as condições ofertadas.
Gostou de aprender mais sobre os cuidados necessários para comprar carro particular? Então, navegue pelo nosso blog e continue a sua jornada de aprendizado!