Ao entender o que é efeito estufa, é possível notar que ele está mais presente no nosso dia a dia do que realmente parece. Embora seja um fenômeno natural, o aumento das atividades humanas no planeta, contribuem para concentrar mais gases na atmosfera e agravar o aquecimento global.
Mas, afinal, você sabe quais são as causas do aumento do efeito estufa? Alguns hábitos podem influenciar o seu agravamento e mudá-los pode ser essencial para o bem-estar de todos.
Por isso, nós preparamos este texto para responder essas e outras dúvidas sobre o que é e como evitar o efeito estufa. Confira!
Efeito estufa: o que é?
O efeito estufa é uma camada composta por gases na atmosfera do planeta que retêm parte do calor do sol. Ele é um fenômeno natural, pois a temperatura da Terra seria muito fria sem esse efeito, impossibilitando a existência de seres vivos.
Quando a irradiação do sol chega ao planeta, ela é refletida de volta para o espaço. Porém, uma parte que chega à Terra é absorvida pela superfície e pelos oceanos, enquanto a outra é retida na atmosfera, por gases específicos que formam o efeito estufa, como:
- dióxido de carbono ou gás carbônico;
- metano;
- óxido nitroso;
- gases ou compostos fluoretados.
O problema não está nos gases de efeito estufa, mas na quantidade que eles são emitidos na atmosfera. A intensificação da ação humana aumenta essa quantidade consideravelmente, fazendo com que a camada dos gases fique mais espessa.
Dessa forma, o efeito estufa retém mais calor do que o ideal, causando diversos desequilíbrios ecológicos. Esse fenômeno é chamado de aquecimento global, sendo o principal responsável pelas consequências negativas do efeito estufa.
De acordo com o sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2022, o nível de emissão de gases do efeito estufa está maior, que estimou 37,5 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2).
Agora que você sabe o que é efeito estufa, entenda como a intensificação deste fenômeno tem relação com o aquecimento global.
Relação entre aquecimento global e efeito estufa
O aquecimento global é o aumento da temperatura na superfície da Terra e dos oceanos. Ele acontece devido à maior concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, que retém mais irradiação solar.
Ou seja, o aquecimento global é uma consequência da emissão de gases gerada, muitas vezes, pela atividade humana excessiva. Isso gera o aumento da temperatura média do planeta e de fenômenos climáticos intensos e mais frequentes, como secas, chuvas fortes, nevascas, furacões e tsunamis.
Tanto o ser humano quanto os animais e plantas já estão sentindo os efeitos do aquecimento global. Para frear este impacto, o foco está em reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Uma das metas contra a intensificação do efeito estufa é limitar o aquecimento do planeta em até 1,5ºC em relação ao período pré-industrial, quando a emissão de gases passou a aumentar.
O Painel também informou que todos os esforços para conter o aquecimento estão diretamente ligados à remoção de carbono. Essa remoção pode ocorrer pela absorção do gás pelo solo, plantas e árvores, mas também por tecnologias que extraiam o CO2 da atmosfera.
Segundo o Boletim de Gases do Efeito Estufa, da Organização Meteorológica Mundial (WMO), o dióxido de carbono, além de ser o gás com maior nível de emissão, permanece no ar por pelo menos cem anos. Então, imagine as consequências do efeito estufa com emissões excessivas diárias desse gás.
Agora que você entendeu a relação entre efeito estufa e aquecimento global, dá uma olhada nas principais causas do efeito estufa e da emissão de gases na atmosfera.
Causas do efeito estufa
A partir do ponto que o efeito estufa é um fenômeno natural, as causas que vamos detalhar se referem aos gases emitidos pela ação humana.
De acordo com um estudo produzido pela Academia de Ciências (IANAS) e pela Rede Global de Academias de Ciência (IAP), em 2050, as mudanças climáticas serão mais severas e atingirão ainda mais a saúde da população mundial, caso a projeção da temperatura do planeta chegue a 2,8ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Mas, outro estudo recente, publicado na revista científica One Earth, mostra que a temperatura da Terra pode aumentar a 4ºC por conta de fatores humanos que aceleram as mudanças climáticas.
Esse levantamento, feito por um grupo de cientistas dos Estados Unidos e países da Europa, destaca que as projeções climáticas podem estar subestimando os reais efeitos do aquecimento global.
Segundo o grupo, os chamados “ciclos de aceleradores climáticos” (climate feedback loops) são fenômenos que, juntos, potencializam as características do efeito estufa. O resultado disso é um efeito bola de neve destrutivo.
Um dos exemplos citados é o aquecimento no Ártico que leva ao derretimento do gelo marinho. Esse gelo deveria refletir a radiação do sol, preservando a temperatura da água. Sem ele, a luz e o calor do sol são absorvidos pelo mar.
Isso aumenta a radiação solar e provoca mais derretimento. Dessa forma, o estudo sugere que as projeções sejam revistas sob essa ótica.
Além disso, existem outras causas do efeito estufa e aquecimento global, como:
Queima de combustíveis fósseis
Os derivados de petróleo, gás natural e carvão mineral são usados para a geração de energia e combustível de veículos, que levam às emissões de gases de efeito estufa derivados de energia fóssil, responsável por 75% dos gases de efeito estufa.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a emissão de gases derivados de energia fóssil aumentaram 0,9% em 2022, o que representou 36,8 bilhões de toneladas de CO2.
No entanto, esse crescimento ficou abaixo do esperado para o ano, devido a maior demanda por energias verdes, como a energia solar, eólica
Atividades industriais
A emissão de gases fluoretados e componentes altamente poluentes no processo de produção podem impactar nas consequências do efeito estufa. O uso de produtos químicos e de lixo descartados incorretamente no solo e na água também geram impacto ambiental negativo.
Transportes poluentes
Veículos a gasolina, diesel, etanol e gás natural são opções que trazem danos ao meio ambiente por conta do grau de poluição presente neles. O etanol e o gás natural emitem menos gases poluentes, mas ainda impactam o efeito estufa.
Aliás, a preocupação com veículos mais ecológicos é um ponto de atenção aqui no BV.
Todos os veículos financiados pelo BV têm a emissão de gás carbônico compensada. Na prática, o banco compra os créditos de carbono de empresas certificadas para validar essa compensação.
Quer entender mais? Assista e saiba por que compensa:
Desmatamento
As árvores absorvem o gás carbônico presente na atmosfera, por isso elas têm um peso importante no controle do aquecimento global. Com o desmatamento, além de deixar de absorver o gás, o que estava presente nas árvores também é liberado no ar.
Isso pode levar a temperaturas mais altas, uma vez que os gases de efeito estufa ficarão presos na atmosfera, além da área descoberta que não reterá mais esses gases.
De acordo com a SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases do Efeito Estufa), entre 2020 e 2021, as emissões de GEE por desmatamento no Brasil cresceram 20%.
Como evitar o efeito estufa?
Até aqui você entendeu que reduzir as emissões de gases do efeito estufa pode amenizar os efeitos do aquecimento global e as consequências do efeito estufa, certo? Pessoas e empresas podem iniciar com mudanças simples, quer saber como? Confira abaixo algumas dicas:
1. Invista em práticas ESG
O ESG, em inglês, reúne os três pilares das boas práticas para instituições financeiras e empresas adotarem. Já em português a sigla usada é ASG e significa: Ambiental / Social e Governança, os mesmos pilares que na língua inglesa:
- Ambiental: impacto ambiental;
- Social: comprometimento com a sociedade, incluindo funcionários, fornecedores e a população;
- Governança: gestão ética e transparente.
Uma dica é consumir de empresas que trabalhem práticas ESG junto aos seus colaboradores e à sociedade. No BV, por exemplo, os critérios do ESG vem sendo desenvolvidos e temos, inclusive, compromissos públicos.
Temos o Compromisso 2030, com ações internas e externas para neutralizar os impactos ambientais e estimular a diversidade.
Quer entender mais? Veja o nosso recado para você:
2. Diminua o uso de veículos poluentes
Se possível, escolha um veículo que seja abastecido com energia elétrica ou combustível menos poluente, como etanol e gás natural. Além disso, os hábitos na hora de dirigir, as condições do carro e da pista e a regulagem dele podem torná-lo mais poluente ou não.
3. Prefira produtos de carbono neutro
Uma sugestão é optar por produtos que tenham preocupação com questões ESG de forma geral. Além disso, uma companhia, organização ou governo interessado em compensar suas emissões, pode calcular a quantidade de gás emitida e comprar créditos de carbono para compensar as emissões que não puderam ser evitadas.
Assim, a compensação também faz parte de uma estratégia para reduzir os impactos das emissões de carbono.
Por exemplo, o BV adotou o programa Carbono Neutro que, entre outras iniciativas, compensa a emissão de gás de todos os veículos financiados pelo banco.
4. Acompanhe a pegada de carbono
A pegada de carbono indica o nível de impacto de cada ação ou produto em relação ao aquecimento global. É por isso que a economia de baixo carbono vem sendo adotada por diversas organizações.
O objetivo é reduzir através de soluções sustentáveis e eficientes. Isso inclui reduzir a quantidade de recursos naturais utilizados, como a água, para otimizar a linha de produção. Uma empresa de higiene e beleza, por exemplo, que usa embalagens recicladas está reduzindo a própria pegada de carbono.
5. Descarte o lixo corretamente
A separação, o descarte e a reciclagem correta do lixo ajudam a diminuir o gasto de recursos naturais, como água e energia, uma vez que reduzimos a produção de novos produtos, como também diminuem a emissão de gases de efeito estufa, a superlotação de aterros sanitários e o acúmulo de lixo nas ruas, por exemplo.
Segundo a Abrelpe, 75% dos municípios brasileiros possuem coleta seletiva, porém as regiões Sul e Sudeste têm a maior taxa, com 90%. Além disso, existem empresas que contribuem para o descarte correto. Alguns supermercados permitem que você leve materiais para reciclar. Farmácias aceitam remédios vencidos e embalagens, assim como algumas lojas recebem baterias e aparelhos eletrônicos.
Você também pode consumir produtos que usam materiais reciclados ou que não agridem o meio ambiente.
Medidas e políticas contra o aquecimento global
Existem diversas iniciativas em andamento para reduzir os efeitos do aquecimento global. No Brasil, a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) reúne um conjunto de medidas para governos e empresas adotarem práticas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
A PNMC foi criada em 2009 e, em 2022, recebeu uma proposta de adaptação ao Acordo de Paris, de 2015. Nela, os países participantes pretendem compensar 100% das emissões até 2050.
Confira abaixo também medidas internacionais que estão sendo implantadas:
Protocolo de Quioto
O Protocolo de Quioto foi criado em 1997 e só entrou em vigor em 2005. O protocolo propôs metas somente aos países desenvolvidos e que eram os principais emissores de gases do efeito estufa na época.
A maioria dos países não atingiu os resultados e o protocolo foi se estendendo até 2020, quando foi substituído pelo Acordo de Paris.
Como parte do protocolo, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) foi criado para os países desenvolvidos investirem em projetos de redução das emissões nos países em desenvolvimento.
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
A UNCC é uma cooperação de diversos países para a criação de políticas para diminuir a emissão de gases. Todos os anos acontece uma Conferência das Partes (COP), onde os representantes dos países membros discutem e ajustam as diretrizes definidas originalmente na primeira Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, a Eco 92.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris foi criado em 2015 para os países reduzirem a emissão de gases e limitar o aumento da temperatura no planeta em até 2ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Enquanto o protocolo de Quioto exigia mudanças apenas dos países desenvolvidos, o Acordo de Paris prevê que todos os países assumam um compromisso. Cada país pode seguir a meta ou definir um plano de acordo próprio.
Todas essas medidas auxiliam no combate às consequências do efeito estufa e do aquecimento global, intensificados pela emissão de gases poluentes para a Terra. Além disso, a mudança de hábitos individuais também pode ser um grande aliado na redução dos gases de efeito estufa, viu?
Fique por dentro de mais informações sobre o que é efeito estufa, compensação de carbono e aquecimento global no nosso blog!